O Ministério da Saúde nomeou o Instituto Pulmonar da Universidade Makerere para realizar ensaios clínicos de vacinas e terapias e será um investigador da instituição ugandesa a liderar o teste da vacina.
A Coligação para as Inovações para as Epidemias (CEPI) e a Aliança das Vacinas (Gavi) estão a dar apoio para garantir que doses suficientes de vacinas candidatas estejam disponíveis para teste.
Se forem garantidas doses suficientes, o objetivo do teste será estabelecer a eficácia das vacinas candidatas em várias populações.
Entre os laboratórios e financiadores de vacinas que disponibilizarão os fármacos candidatos estão a Universidade de Oxford e o Serum Institute of India, o Sabin Vaccine Institute e as instituições governamentais dos EUA Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA) e a National Institutes of Health (NIH), bem como a Iniciativa Internacional de Vacinas Contra a AIDS (IAVI) e MSD.
Outras organizações comprometidas em apoiar a resposta global, são os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (África CDC), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), organizações não-governamentais, doadores e órgãos reguladores, como o Fórum Regulador Africano de Vacinas Africano (AVAREF, no acrónimo em inglês).
Dos objetivos identificados, no curto prazo, pretende-se apoiar os esforços do Ministério da Saúde de Uganda na resposta ao surto conforme necessário para controlar a situação epidemiológica e, sob a sua liderança, apoiar um ensaio clínico aleatório para avaliar uma ou mais vacinas candidatas como parte da resposta.
No médio prazo, a intenção é alocar recursos para planear e reservar capacidade de fabrico suficiente para ampliar a produção de vacinas candidatas (mesmo antes de serem licenciadas), potencialmente estabelecendo um mecanismo de partilha de riscos.
Isso também pode envolver a colocação de vacinas adicionais em risco durante o teste para garantir que as doses de uma vacina considerada eficaz possam ser disponibilizadas para acabar com o surto o mais rápido possível.
A longo prazo, o objetivo é explorar maneiras de garantir que as vacinas licenciadas estejam disponíveis através da reserva de vacinas contra o Ébola, habilitado e financiado pela Gavi e gerido pela Unicef, em nome do mecanismo do Grupo de Coordenação Internacional (ICG, na sigla em inglês) na OMS, relativamente à administração coordenada de vacinas, usando potencialmente mecanismos inovadores de configuração de mercado.
As ações tomadas pelo Ministério da Saúde do Uganda e parceiros baseiam-se na colaboração e experiências anteriores de resposta aos surtos da variante do vírus Ébola denominado Zaire, a lições aprendidas com a COVAX e experiência noutros mecanismos de reserva de vacinas.
O Uganda declarou um surto de Ébola em 20 de setembro, vários dias depois de a doença contagiosa ter começado a espalhar-se numa comunidade agrícola rural, marcando a primeira vez que esta espécie – uma das seis no género Ebolavirus – foi detetada no país desde 2012.
O vírus foi descoberto em 1976, depois de ter sido identificado em dois surtos simultâneos no sul do Sudão e no Congo, perto de uma aldeia junto ao rio Ébola, o qual dá a denominação ao vírus.
Desde então, o Uganda já teve múltiplos surtos de Ébola, incluindo um em 2000 que matou mais de 200 pessoas. O surto de Ébola de 2014 a 2016, na África Ocidental, matou mais de 11.000 pessoas, o maior número de mortes de sempre.
O Ébola propaga-se por contacto com fluidos corporais de uma pessoa infetada ou materiais contaminados. Os sintomas incluem febre, vómitos, diarreia, dores musculares e, por vezes, hemorragias internas e externas.
LUSA/HN
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