Em declarações à agência Lusa, a presidente da Fundação da Juventude, entidade responsável por organizar as Jornadas da Juventude, explicou que a iniciativa visa “aproximar os jovens da participação cívica ativa”.
“Portugal tem uma das maiores taxas de jovens NEET, ou seja, que não estudam, não trabalham, nem frequentam formação. A nossa faixa etária mais ativa está completamente à deriva”, salientou Carla Mouro.
Nesta 3.ª edição das Jornadas da Juventude, que se realiza nos dias 24, 25 e 26 de novembro no Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, está prevista a participação de cerca de 200 jovens até aos 25 anos, provenientes de todas as regiões do país.
No Ano Europeu da Juventude, a iniciativa tem como mote o “presente e futuro dos jovens”, tema sobre o qual vão trabalhar as suas ideias numa lógica “pró-ativa”, apresentando propostas e soluções para problemas concretos em áreas tão diversas como a saúde mental, igualdade/desigualdade, violência, habitação e emprego.
“Identificar o problema, que é onde esta geração é mais reativa, mas também serem pró-ativos. A regra é, para cada problema têm de encontrar três soluções diferentes”, salientou.
Os temas, nos quais se inserem ainda a sustentabilidade, mobilidade e educação, foram escolhidos pelos jovens no decorrer de várias consultas locais e regionais promovidas pela Fundação da Juventude ao longo do ano.
Nos três dias da iniciativa, os cerca de 200 jovens vão, durante a manhã, participar em diferentes sessões, conduzidas por peritos e especialistas nacionais que vão abordar os temas em questão. Já durante a tarde, os jovens vão debater os temas em plenário, tendo também a oportunidade de interagir com os oradores.
Os jovens vão ser orientados por membros do Conselho Nacional da Juventude e da Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ).
Desta edição espera-se que, à semelhança das anteriores, resultem a apresentação de propostas de lei a decisores políticos.
Nas últimas Jornadas da Juventude, realizadas em 2018, quatro medidas apresentadas pelos jovens tornaram-se leis aprovadas pelo Governo.
“Quatro das 19 medidas propostas na anterior edição tornaram-se medidas políticas que já estão a ser aplicadas”, disse Carla Mouro, salientando que o objetivo é mostrar aos jovens que “não é preciso estar num partido político” para conseguirem alcançar a “mudança que querem ver” no país.
As Jornadas da Juventude desenvolvem-se no âmbito do projeto ‘A(gentes)M – Agentes de Mudança’.
LUSA/HN
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