Num comunicado, a Sociedade Francesa de Medicina de Urgência (SFMU) indicou que estão a ser diagnosticadas infeções “em número superior ao habitual” nos últimos 15 dias.
No total, oito crianças sem fatores de risco tiveram de ser hospitalizadas devido a essas infeções, duas das quais morreram. No caso dos adultos, de três doentes internados, um morreu.
Os casos ocorreram em diferentes regiões da metade sul do país (Occitânia, Nova Aquitânia e Auvérnia-Ródano-Alpes) e não estão ligados entre si.
Segundo o comunicado da SFMU, que cita investigações da Agência Nacional de Saúde Pública, as infeções com esta bactéria também não se devem ao surgimento de uma estirpe mais virulenta, tratando-se, sim, de um “aumento pouco habitual do número de casos relacionados com diferentes estirpes”.
Isso está a traduzir-se numa “intensificação dos quadros graves e dos óbitos”, pelo que a SFMU pediu aos profissionais de saúde para aumentarem a vigilância.
A bactéria estreptococos do grupo A pode causar, entre outras doenças com diferentes níveis de gravidade, amigdalite, escarlatina e pneumonia.
Em paralelo, a Agência de Saúde Pública de França indicou hoje que os números de casos de gripe continuam a aumentar e que nove das 13 de regiões da França metropolitana se encontram já em situação de epidemia (as restantes quatro permanecem em estado de pré-epidemia).
No seu último boletim de dados sobre a gripe, alerta-se também para um “forte aumento” das hospitalizações, especialmente entre a população com mais de 65 anos.
Assim, entre 28 de novembro e 04 de dezembro, registou-se um aumento de 94% das visitas às urgências devido a casos de gripe (3.352, no total) em relação à semana anterior. Quanto às hospitalizações (291), a subida foi de 112%. A maioria da circulação atribui-se ao vírus A (H3N2).
Num registo mais positivo, as autoridades de Saúde francesas confirmaram uma “tendência para a estabilização” dos casos graves de bronquiolite, uma doença que, este outono, alcançou números sem precedentes na última década em França.
Contudo, entre 28 de novembro e 04 de dezembro, este tipo de infeção das vias respiratórias – que afeta os brônquios e os bronquíolos, sobretudo em bebés – ainda representou metade das hospitalizações das crianças com menos de dois anos que passaram pelas urgências.
Igualmente preocupante é o aumento dos casos de covid-19, que embora ainda não signifiquem o início de uma nova vaga, reacenderam o debate sobre o uso de máscara e sobre a necessidade de acelerar a vacinação.
Na terça-feira, contabilizaram-se no país 105.516 novos casos, o que representa um aumento de 14,9% em relação à semana anterior.
A taxa de incidência, a 03 de dezembro (últimos dados disponíveis), era de 573,2 casos por cada 100.000 habitantes, com uma progressão de 27,1% no período de uma semana.
LUSA/HN
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