2022/Abril: O adeus às máscaras e o fim social da pandemia

15 de Dezembro 2022

Consideradas fundamentais para controlar a pandemia, os portugueses tiveram em abril o primeiro momento de libertação das máscaras, quando deixaram de ser obrigatórias na maioria das situações.

Se no início de 2020, verificou-se alguma indefinição sobre o benefício da utilização de máscaras, os dois anos seguintes demonstraram a sua eficácia para evitar os contágios pelo coronavírus SARS-CoV-2, passando a fazer parte do quotidiano dos portugueses.

Considerado um bem escasso nos meses iniciais da pandemia em Portugal e na Europa, o uso da máscara foi sendo, gradualmente, alargado a vários grupos e tornou-se mesmo obrigatório em espaços fechados, unidades de saúde, transportes públicos e até escolas.

O primeiro momento de emancipação da máscara aconteceu em abril, quando o Governo decidiu que o seu uso deixaria de ser obrigatório na maioria das situações, com a exceção dos locais frequentados por pessoas vulneráveis, como hospitais, lares de idosos e unidades de cuidados continuados, assim como nos transportes públicos.

No seguimento desta decisão do Conselho de Ministros, a Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou que o uso da máscara, apesar de já não obrigatória na maioria dos casos, se mantinha como uma importante medida para conter as infeções.

Nas semanas seguintes, Portugal registou quase 250 mil contágios pelo vírus que provoca a covid-19, mas a então ministra da Saúde, Marta Temido, afastou o regresso da obrigatoriedade da máscara para controlar a situação.

O passo seguinte na libertação da máscara foi dado já em agosto, com o fim da sua obrigatoriedade nos transportes públicos de passageiros e nas farmácias, mas manteve-se o seu uso nos hospitais e nos lares de idosos. O país começava a viver o fim social da pandemia.

Depois de contestada nas escolas, o atual ano letivo arrancou com os alunos sem máscara, um equipamento de proteção individual que a DGS, no início de 2020, alertava que poderia provocar uma falsa sensação de segurança, mas que a evidência científica foi consensual em considerar fundamental para controlar a pandemia.

Numa norma publicada no final de novembro, a DGS lembrou que todas as pessoas com sintomas respiratórios agudos devem adotar as medidas básicas de prevenção e controlo de infeção, que incluem a utilização de máscara sempre que estiverem em contacto com outras pessoas ou em espaços de utilização partilhada.

LUSA/HN

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