Vírus sincicial provoca 254 internamentos de crianças mas tendência é decrescente

16 de Dezembro 2022

Os hospitais que integram a rede de vigilância registaram 254 internamentos de crianças devido ao vírus sincicial respiratório (RSV), mas as hospitalizações apresentam uma tendência decrescente nas últimas semanas, avançou o Instituto Ricardo Jorge (INSA).

Desde a semana de 03 a 09 de outubro, “foram reportados 254 casos de internamento por RSV pelos hospitais que integram esta rede de vigilância. Cerca de 56% dos casos tinham menos de três meses de idade, 14% ocorreram em bebés pré-termo e 13% tinham baixo peso ao nascer”, adianta o boletim de vigilância epidemiológica da gripe e outros vírus respiratórios do INSA.

Relativamente a critérios de gravidade, o documento adianta que 11% foram internados em unidades de cuidados intensivos ou necessitaram de ventilação não invasiva convencional.

“Nas últimas semanas, observa-se um decréscimo na incidência de internamentos por RSV, o que pode indicar o início de uma tendência decrescente” de hospitalizações de crianças com menos de dois anos, refere o INSA, ao alertar que se mantém, porém, uma “pressão elevada nos serviços de saúde”.

Segundo a Direção-Geral da Saúde, o vírus RSV é a causa mais comum de doença das vias respiratórias inferiores até aos 5 anos de idade e os sintomas e a gravidade podem variar com vários fatores como a idade ou o estado saúde da pessoa infetada.

Os diagnósticos associados ao vírus sincicial respiratório mais comuns são a bronquiolite, traqueobronquite (inflamação na traqueia e nos brônquios), pneumonia viral, conjuntivite e otite média aguda.

Com um período de incubação entre dois a oito dias, os grupos mais vulneráveis ao RSV são os recém-nascidos e lactentes (menos de 6 meses), bebés prematuros, crianças com doenças cardíacas, pulmonares ou neuromusculares congénitas e imunocomprometidas e idosos.

O relatório do INSA indica também que se regista um excesso de mortalidade por todas as causas em Portugal, em particular na região Norte e no grupo etário com 85 e mais anos, mas também em Lisboa e Vale do Tejo desde a semana de 05 a 11 de dezembro.

Sobre a atividade gripal, o INSA avança que Portugal regista uma tendência crescente e que, desde o início de outubro, a Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais) notificaram 26.343 casos de infeção respiratória e foram identificados 4.245 casos de gripe.

Na semana de 05 a 11 de dezembro, “foram identificados 673 casos positivos para o vírus da gripe, dos quais 546 do tipo A e 1 do tipo B”, refere o documento.

“Desde o início da época, foram reportados 33 casos de gripe pelas unidades de cuidados intensivos que colaboram na vigilância, todos por vírus Influenza A”, indicou o INSA, ao salientar que a maioria (91%) dos doentes tinha recomendação para vacinação contra a gripe sazonal e que 12 dos quais estavam vacinados.

Em Portugal, o sistema de vigilância da gripe e outras infeções respiratórias é composto pelas redes de médicos sentinela (médicos de família), de serviços de urgência de obstetrícia, de laboratórios para o diagnóstico do vírus da gripe e as unidades de cuidados intensivos.

LUSA/HN

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