Os resultados demonstraram que, embora não haja uma associação direta entre o bruxismo e a insónia, a ansiedade é um fator de ligação entre essas variáveis.
Os investigadores Thiprawee Chattrattrai, Tessa Blanken, Frank Lobbezoo, Naichuan Su, Ghizlane Aarab e Eus J.W. Van Someren dedicaram-se a analisar as associações entre o bruxismo do sono autorreferido e outras variáveis, não só por análise univariada, mas também por regressão logística multivariada e análise de rede.
Foram aplicados questionários a 2251 participantes (352 com bruxismo do sono autorrelatado e 1899 sem bruxismo do sono autorrelatado) do Registo do Sono da Holanda sobre bruxismo do sono, insónia, depressão, ansiedade, frequência de tabagismo e consumo de álcool e cafeína.
Embora a análise univariada tenha mostrado uma associação positiva entre o bruxismo do sono e a insónia, essa associação desapareceu no modelo de regressão logística multivariada, ou seja, quando fatores de idade, psicológicos e de estilo de vida foram levados em consideração. No entanto, o modelo multivariado revelou uma associação indireta entre o bruxismo do sono e a ansiedade.
“Concluímos que, embora o bruxismo do sono autorrelatado não tenha associação direta com a insónia, a ansiedade pode funcionar como um fator de ponte entre estes distúrbios, pelo que, ao tratar o BS e a insónia, a gestão da ansiedade não deve ser negligenciada, devendo ser pedida a colaboração interprofissional de médicos e dentistas”, realça Tessa Blanken, investigadora apoiada pela Fundação BIAL.
O artigo “A network analysis of self-reported sleep bruxism in the Netherlands sleep registry: its associations with insomnia and several demographic, psychological, and life-style factors” foi publicado na revista Sleep Medicine em março de 2022.
AlphaGalileo/HN/RA
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