O vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, disse hoje que o número de mortos em território turco aumentou para 3.419 e que 20.534 pessoas ficaram feridas.
As últimas informações fornecidas pelo vice-presidente turco fazem aumentar para 5.021 o número de vítimas mortais no conjunto dos dois países, visto que a Síria confirmou hoje a morte de 1.602 pessoas.
Os abalos, o maior dos quais com magnitude 7,8 na escala de Richter, derrubaram milhares de edifícios no sul da Turquia e no norte da Síria.
As equipas de socorro mantêm-se nos locais afetados, com os trabalhos dificultados pelas mais de 200 réplicas sentidas nas últimas 24 horas assim como pelas baixas temperaturas.
Vários países enviaram equipas de socorro que vão estar diretamente envolvidas nas operações de busca e salvamento e a Turquia destacou mais de 24 mil elementos que já se encontram nos locais mais afetados.
Pelo menos seis mil edificações colapsaram na Turquia, de acordo com dados oficiais de Ancara.
Na província turca de Hatay, a sudoeste do epicentro do terramoto, mais de 1.500 edifícios ficaram destruídos, com habitantes soterrados ou presos nos escombros.
O tremor de terra com epicentro na Turquia, junto à zona de fronteira com a Síria, foi sentido em Damasco, Beirute e Cairo.
O chefe da missão da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) na Síria, Sebastian Gay, disse à Associated Press que as equipas médicas “estão a trabalhar em ‘contra-relógio'” para atenderem o elevado número de feridos.
Milhares de sobreviventes na província de Hatay foram acolhidos em centros desportivos que resistiram, mas muitas das pessoas que não têm abrigo juntam-se com cobertores à volta de fogueiras, devido ao frio.
A Turquia, que tem mobilizado um elevado número de soldados na região de fronteira com a Síria, destacou os militares para as operações de socorro.
Em alguns pontos, os militares montaram tendas de campanha para os sobreviventes desalojados.
Um hospital de campanha está a ser montado em Hataym para acolher feridos e o ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar, disse hoje que em Ancara estão a ser formadas oito novas brigadas militares para operações de salvamento e de ajuda humanitária.
Hoje, um navio aportou em Iskenderun, cidade turca onde um hospital colapsou, para que seja efetuada a retirada de feridos para a cidade de Mersin.
O sismo provocou um incêndio que continua ativo na zona de contentores do porto de Iskenderun.
Na cidade de Gaziantep, localizada a 33 quilómetros do epicentro, os sobreviventes encontraram abrigo durante a noite em centros comerciais, mesquitas e centros comunitários.
Na Síria, país que enfrenta uma guerra desde 2011, as autoridades de Damasco, assim como as organizações não-governamentais que operam nas zonas controladas pela oposição e pelos grupos extremistas islâmicos, no norte, referem que o número de vítimas mortais pode ser superior.
A Coreia do Sul anunciou o envio de uma equipa de 60 especialistas em ações de busca e de salvamento apoiados por 50 militares e equipamento médico de emergência, assim como vai garantir a presença de aviões com capacidade para efetuarem voos humanitários.
A Índia vai mandar para os locais afetados duas equipas de socorro, incluindo cães treinados na busca de sobreviventes em escombros, além do envio de medicamentos.
O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif vai deslocar-se hoje a Ancara para expressar condolências e solidariedade, refere uma nota oficial de Islamabade.
Até ao momento, foram prestados cuidados médicos a 7.800 pessoas em dez províncias turcas afetadas pelo tremor de terra, disse o governo da Turquia.
Em 1999, um tremor de terra na Turquia provocou a morte a cerca de 18 mil pessoas, de acordo com dados oficiais turcos.
LUSA/HN
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