Mais 100 mil refugiados somalis entraram desde fevereiro na Etiópia

16 de Março 2023

A OMS alertou hoje que desde o início de fevereiro cerca de 100 mil refugiados, maioritariamente mulheres, crianças, menores não acompanhados, e pessoas feridas ou doentes, chegaram à Etiópia vindos da Somália e que “necessitam urgentemente de assistência humanitária”.

Em comunicado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) acrescenta que “está a intensificar a sua resposta sanitária para aumentar o acesso aos serviços de saúde essenciais aos refugiados e à população de acolhimento na zona de Dollo, na região somali da Etiópia.

“A região de Dollo, onde os refugiados são atualmente acolhidos, sobre os efeitos da pior seca dos últimos 40 anos no Corno de África, após cinco estações chuvosas consecutivas falhadas”, salienta a OMS.

Segundo a organização, o “grave impacto da seca na saúde” colocou milhares de famílias em insegurança alimentar, provocou o aumento do número de crianças com desnutrição aguda, movimentos populacionais elevados e deslocação dos pastores em busca de água, e um risco acrescido de surtos de doenças.

Dollo enfrenta múltiplos surtos de doenças, designadamente um surto contínuo de sarampo no distrito de Danond, aumentando ainda mais o risco de propagação a populações vulneráveis, incluindo os refugiados, e um surto de cólera, em curso desde outubro de 2022, com 17 óbitos entre os 271 casos registados em Liban, que acolhe outro grupo de refugiados somalis, acrescenta a agência da ONU.

“As doenças evitáveis por vacinação estão generalizadas com 5.700 casos e 119 mortes notificadas oficialmente em dez das onze zonas da Região, desde janeiro de 2022 até à data. A subnutrição é galopante e uma média de 1.800 casos severamente subnutridos são admitidos para tratamento todas as semanas”, acrescenta a OMS.

O “sobrecarregado sistema de saúde” tem de atender milhares de refugiados, assegurando serviços de parto para mães grávidas, imunização para crianças pequenas, gestão da desnutrição aguda grave, e a prevenção de doenças evitáveis por vacinação para reduzir as mortes”, lê-se no comunicado, que adianta que o Gabinete Regional de Saúde da Somália (RHB, na sigla em inglês), em colaboração com a OMS, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e os parceiros de saúde, está a garantir a resposta de saúde atempada aos refugiados em Dollo.

Para prestar ajuda e assistência humanitária aos refugiados e comunidades de acolhimento, a OMS estima que sejam necessários 101 milhões de dólares (cerca de 95 milhões de euros) para os próximos nove meses.

“A OMS necessitará de 5,86 milhões de dólares (cerca de 5,54 milhões de euros) para prestar assistência sanitária e assegurar a continuidade dos serviços básicos de saúde às comunidades afetadas em Dolo”, conclui-se na nota.

LUSA/HN

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