“A ERS e a IGAS, após terem tido conhecimento dos factos relativos a eventuais casos relacionados com alegadas negligências ocorridas no Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Hospital de Faro, decidiram, no quadro das suas competências, abrir respetivamente um processo de investigação e um processo de inquérito que permita o cabal esclarecimento destas acusações”, adiantou o regulador à agência Lusa.
A mesma fonte avançou que as duas entidades decidiram ainda cooperar de modo a obter “todos os esclarecimentos necessários de forma complementar” sobre os alegados erros e casos de negligência denunciados à Polícia Judiciária por uma médica interna do hospital.
Estas denúncias levaram, na segunda-feira, o Ministério Público a instaurar um inquérito, que decorre no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Faro, e já hoje a Ordem dos Médicos (OM) anunciou a criação de uma comissão técnico-científica de peritos para avaliar os casos denunciados.
Em causa está uma queixa efetuada por uma médica interna na Polícia Judiciária e divulgada na sua conta na rede social Twitter sobre “11 casos ocorridos entre janeiro e março” no hospital de Faro de “erro/negligência” no serviço de cirurgia.
Segundo a médica, dos 11 doentes, “três morreram, dois estão internados nos cuidados intermédios, os restantes tiveram lesão corporal associada a erro médico, que variam desde a castração acidental, perda de rins ou necessidade de colostomia para o resto da vida”.
Em conferência de imprensa, o bastonário da OM, Carlos Cortes, adiantou que este caso tem de ser avaliado de forma mais aprofundada, porque “há indícios de alguma gravidade”.
Em comunicado enviado à Lusa, o Ministério da Saúde garantiu hoje que não recebeu nenhuma denúncia de alegadas más práticas no Centro Hospitalar Universitário de Faro (CHUA).
Mas, perante as informações da comunicação social, o “ministro da Saúde definiu como orientação ao Conselho de Administração do CHUA a solicitação à OM da realização de uma avaliação pericial sobre a qualidade do serviço de cirurgia do Hospital de Faro”, referiu o ministério.
LUSA/HN
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