O projeto, que resulta da participação portuguesa no projeto ‘INNO4HEALTH’, tem como principal objetivo a criação de “sensores ‘wearable'” que sejam “capazes de responder às necessidades de atletas e pessoas com determinadas doenças”, adianta hoje, em comunicado, a FMUP.
Incorporados em roupa, calçado e outros materiais, estes sensores vão permitir, através do recurso a inteligência artificial, criar um conjunto de ferramentas para “aferir a performance e condição física de pacientes e atletas”.
Em Portugal, o projeto vai centrar-se na área das doenças vasculares, em particular, no acompanhamento da recuperação em claudicação, úlceras venosas e pacientes com pé diabético, condições que resultam na “perda de qualidade de vida, limitações na marcha e necessidade de acompanhamento constante em serviços de saúde”.
A par da recolha de dados, as ferramentas que vão integrar este dispositivo vão permitir ainda “identificar pontos de dor nos membros inferiores” e dar “sugestões ao paciente para melhorar a sua condição”.
De acordo com os investigadores Alberto Freitas e Júlio Souza, um dos desafios da iniciativa passa por “medir a eficácia e validar o produto que está a ser desenvolvido, de modo a comprovar os ganhos a nível clínico e a melhoria dos cuidados prestados”, estando dependente do recrutamento de doentes.
No entanto, o “maior desafio” foi propor uma solução “que fosse minimamente invasiva”, bem como “facilmente adaptável ao plano terapêutico e à rotina dos pacientes e profissionais de saúde”.
Os investigadores esperam que “o produto tecnológico desenvolvido permita aos profissionais de saúde monitorizar os seus pacientes fora dos centros de saúde e dos hospitais, acompanhando a evolução da doença e a adesão ao tratamento, além de fornecer dados que possam ser úteis para a decisão terapêutica”.
“É também esperado que a tecnologia permita ao próprio doente monitorizar em tempo real a sua própria condição de saúde, para além de motivar a cumprir o tratamento prescrito pelo médico”, destacam.
Segundo os investigadores, a criação destes dispositivos podem culminar numa “redução das visitas aos serviços de saúde” e, com isso, na “economia dos recursos”.
O projeto INNO4Health reúne 37 parceiros de sete países, nomeadamente, Portugal, Canadá, Lituânia, Roménia, Países Baixos e Turquia.
Em Portugal, o INNO4Health resulta num consórcio constituído pela WiseWare, FMUP e Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). A iniciativa é financiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito do programa COMPETE 2020.
LUSA/HN
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