Médicos cubanos “não vão resolver falta de especialistas” no SNS

5 de Julho 2023

A presidente da Federação Nacional dos Médicos disse esta quarta-feira, no Porto, que a possível contratação de 300 médicos cubanos para colmatar a "falta gigante de especialistas que existe no Serviço Nacional de Saúde em Portugal não vai ser suficiente.

“A Federação Nacional dos Médicos entende que o trabalho tem de ser dignificado para todos os médicos que tenham licença para praticarem em Portugal, independentemente da nacionalidade. E também 300 médicos na falta gigante que existe no Serviço Nacional de Saúde seguramente não chega”, disse à agência Lusa a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá.

O Jornal de Notícias escreve hoje que o Governo português está a preparar a contratação de 300 médicos cubanos para o SNS, tendo já pedido parecer sobre o processo de reconhecimento de qualificações ao Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP) e à Ordem dos Médicos.

Questionada pela Lusa sobre quantos médicos seriam necessários para que o SNS ficasse mais confortável para trabalhar sem falta de especialistas, a dirigente da Fnam citou números do Governo para dizer que “há 21 mil especialistas no Serviço Nacional de Saúde e cerca de 10 mil internos”, destacando que é necessário aumentar o número atual de especialistas.

“O Ministério da Saúde tem essa contabilidade. Nós sabemos que somos 21 mil especialistas no Serviço Nacional de Saúde e cerca de 10 mil internos. Seguramente que o número é muito mais além em termos de especialistas do que é que é necessário e esperemos que haja o bom senso por parte do Ministério da Saúde para aumentar este número.”

Joana Bordalo e Sá falava à margem da concentração de médicos, no Hospital São João, no Porto, a propósito da greve que decorre hoje e quinta-feira.

De acordo com a presidente da FNAM a greve dos médicos está a ter uma adesão elevada.

Os médicos exigem “salários dignos, horários justos e condições de trabalho capazes de garantir um SNS à altura das necessidades” da população.

Apesar de as duas últimas reuniões negociais com o Ministério da Saúde estarem agendadas para os dias 07 e 11 de julho, a FNAM decidiu manter a paralisação, face “ao adiar constante das soluções” e “à proposta insatisfatória” que recebeu da tutela, não excluindo uma nova greve nacional na primeira semana de agosto.

LUSA/HN

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