“Claro que [a greve] vai piorar ainda mais o já mau acesso que os portugueses têm aos cuidados de saúde”, e não era isso que os médicos desejavam, mas se “em relação a qualquer das situações, relacionadas com a grelha salarial, a questão da dedicação plena, a questão de organização das urgências e uma outra que é a organização e disciplina do trabalho médico, não houve qualquer tipo de proposta”, “não restou outra hipótese”, lamenta o secretário-geral do SIM, em declarações exclusivas ao Healthnews.
“Nós, Sindicato Independente dos Médicos, enquanto esteve em vigor o acordo que assinámos formalmente com o Governo de um processo negocial, tudo fizemos para evitar esta greve”, frisa Jorge Roque da Cunha. Infelizmente, “o Governo, ainda na sexta-feira passada, não apresentou qualquer documento escrito e formal”.
As manifestações incluem uma greve nacional entre terça e quinta-feira, greves regionais, a partir da segunda semana de agosto, e um mês de greve ao trabalho extraordinário dos médicos de família, que começa hoje. “Estamos a falar de médicos que já têm no seu horário 40 horas e que mesmo assim participam no chamado atendimento complementar.”
“Com esta greve, vão estar em causa os atendimentos complementares” – “não pondo em causa os nossos utentes, vai pôr em causa justamente esses atendimentos complementares”, explica Jorge Roque da Cunha, alertando que o trabalho extraordinário “deve ser mesmo extraordinário, portanto, não deve ser permanente”.
O sindicato espera que o governo intervenha apresentando os documentos necessários antes da reunião de sexta-feira. Entretanto, o SIM tornou pública uma carta que explica aos utentes as motivações dos médicos.
HN/RA
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