“A vacina contra o paludismo R21/Matrix-M foi aprovada para utilização no Burkina Faso pela Agência Nacional de Regulação Farmacêutica (ANRP) do Ministério da Saúde e da Higiene Pública”, declarou a Unidade de Investigação Clínica de Nanoro (URCN), onde decorrem os ensaios, num comunicado de imprensa divulgado hoje.
“Na sequência dos primeiros resultados sobre a segurança e a eficácia desta vacina, comunicados em 2021 pela equipa da URCN, estávamos otimistas quanto ao seu futuro registo, e estamos muito satisfeitos por ver isso traduzido em ação hoje”, disse o ministro da Saúde do Burkina Faso, Robert Kargougou, citado no comunicado de imprensa.
No Burkina Faso, as crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 36 meses são o grupo etário com maior risco de morte por malária.
“Esta vacina será uma nova ferramenta extremamente importante que ajudará a acelerar o programa de eliminação da malária no Burkina Faso”, afirmou Robert Kargougou, acrescentando que “a malária é uma das principais causas de mortalidade infantil” no país.
O principal instigador dos ensaios, Halidou Tinto, saudou a decisão, considerando-a “histórica e que ajudará a salvar milhões de vidas”.
A decisão de autorizar esta vacina baseou-se nos resultados do estudo de fase 2 e 3 realizado pela URCN, que envolveu cerca de 5.000 crianças, principalmente no Burkina Faso, tendo sido também realizados outros ensaios no Quénia, no Mali e na Tanzânia.
Depois do Gana e da Nigéria, o Burkina Faso torna-se o terceiro país da África subsaariana a licenciar esta vacina, que é produzida e comercializada pelo Serum Institute of India (SII) e tem uma capacidade de produção anual de mais de 200 milhões de doses.
Em 2021, o Burkina Faso registou mais de 12 milhões de casos de malária, dos quais 4.355 resultaram em morte, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
LUSA/HN
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