Burkina Faso autoriza vacina contra o paludismo em crianças até aos 36 meses

25 de Julho 2023

A utilização da vacina contra o paludismo R21/Matriz-M foi autorizada para crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 36 meses no Burkina Faso, onde o paludismo é a principal causa de mortalidade infantil.

“A vacina contra o paludismo R21/Matrix-M foi aprovada para utilização no Burkina Faso pela Agência Nacional de Regulação Farmacêutica (ANRP) do Ministério da Saúde e da Higiene Pública”, declarou a Unidade de Investigação Clínica de Nanoro (URCN), onde decorrem os ensaios, num comunicado de imprensa divulgado hoje.

“Na sequência dos primeiros resultados sobre a segurança e a eficácia desta vacina, comunicados em 2021 pela equipa da URCN, estávamos otimistas quanto ao seu futuro registo, e estamos muito satisfeitos por ver isso traduzido em ação hoje”, disse o ministro da Saúde do Burkina Faso, Robert Kargougou, citado no comunicado de imprensa.

No Burkina Faso, as crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 36 meses são o grupo etário com maior risco de morte por malária.

“Esta vacina será uma nova ferramenta extremamente importante que ajudará a acelerar o programa de eliminação da malária no Burkina Faso”, afirmou Robert Kargougou, acrescentando que “a malária é uma das principais causas de mortalidade infantil” no país.

O principal instigador dos ensaios, Halidou Tinto, saudou a decisão, considerando-a “histórica e que ajudará a salvar milhões de vidas”.

A decisão de autorizar esta vacina baseou-se nos resultados do estudo de fase 2 e 3 realizado pela URCN, que envolveu cerca de 5.000 crianças, principalmente no Burkina Faso, tendo sido também realizados outros ensaios no Quénia, no Mali e na Tanzânia.

Depois do Gana e da Nigéria, o Burkina Faso torna-se o terceiro país da África subsaariana a licenciar esta vacina, que é produzida e comercializada pelo Serum Institute of India (SII) e tem uma capacidade de produção anual de mais de 200 milhões de doses.

Em 2021, o Burkina Faso registou mais de 12 milhões de casos de malária, dos quais 4.355 resultaram em morte, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Cerca de 44 mil pessoas pessoas morreram em 2023 vítimas do VIH/sida em Moçambique

“Não queremos dizer que estamos satisfeitos com 44 mil mortes. Esses números preocupam-nos, principalmente os de pessoas que estão a morrer em resultado de não estarem a fazer tratamento e, se estão, não o fazem corretamente”, disse o secretário executivo do Conselho Nacional do Combate à Sida, Francisco Mbofana, em conferência de imprensa, antecipando o dia mundial da luta contra VIH/Sida, que se assinala anualmente em 01 de dezembro.

Ana Escoval: “Boas práticas e inovação lideram transformação do SNS”

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Ana Escoval, da Direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, destaca o papel do 10º Congresso Internacional dos Hospitais e do Prémio de Boas Práticas em Saúde na transformação do SNS. O evento promove a partilha de práticas inovadoras, abordando desafios como a gestão de talento, cooperação público-privada e sustentabilidade no setor da saúde.

Fundador da Joaquim Chaves Saúde morre aos 94 anos

O farmacêutico Joaquim Chaves, fundador da Joaquim Chaves Saúde, morreu hoje aos 94 anos, anunciou o grupo, afirmando que foi “referência incontornável na área da saúde” em Portugal.

MAIS LIDAS

Share This