O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) disse ao HealthNews que os dados de adesão à greve refletem “a indignação dos médicos em relação àquilo que tem acontecido no processo negocial, com a circunstância de o Governo não apresentar propostas concretas ao fim de um ano de negociação” e os médicos terem perdido cerca de 30% do poder de compra. “Um especialista a 40 horas aufere 1800 euros líquidos”, explicou.
“Isto faz com que as expectativas que tínhamos em relação à greve estejam a ser ligeiramente suplantadas. (…) Esperamos que o Governo perceba este sinal e que, na próxima reunião, inicie realmente o processo negocial”, afirmou Jorge Roque da Cunha.
Questionado sobre o “criticismo excessivo” sobre o processo negocial apontado pelo ministro da Saúde, Roque da Cunha disse que a paciência do Sindicato Independente dos Médicos, bem como a sua disponibilidade negocial, “é inquestionável”. “Nós, durante um ano, evitámos as greves, evitámos dar voz ao descontentamento mais do que justo dos nossos colegas. Tudo fizemos para evitar esta greve”, frisou.
Um processo negocial “tem regras, e as regras são haver propostas e contrapropostas, e de facto, formalmente, não existiam quaisquer propostas do Governo para podermos discutir, negociar e trabalhar”, acrescentou.
“Com a capacidade política e com a bonomia e simpatia que reconhecemos ao senhor ministro da Saúde, ele sabe, muito melhor que nós, que não tem razão naquilo que está a dizer”, concluiu.
HN/RA
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