Dados do Sistema de Segurança Interna (SSI) referentes ao quinto dia da JMJ, em que as celebrações decorreram no Parque Tejo e contou com a participação de cerca de 1,5 milhões de pessoas, indicam que os peregrinos transportados no sábado para os hospitais foram mais 31 do que na sexta-feira.
Desde 01 de agosto, quando começou a JMJ em Lisboa, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) prestaram assistência a 3.496 peregrinos, 208 dos quais foram transportados para unidades hospitalares, segundo o SSI.
Os dados mostram igualmente que o INEM e a ANEPC responderam a 1.401 ocorrências no sábado, num total de 3.787 ocorrências desde 01 de agosto.
Relativamente a sexta-feira, quando as principais iniciativas da JMJ se concentraram no Parque Eduardo VII, foram registadas mais 490 ocorrências.
Quanto ao dispositivo do INEM, a médica Fátima Rato salientou a “intensa atividade” que foi desenvolvida no Parque Tejo, no sábado e domingo, mas observou que a maioria das ocorrências foi de “baixa gravidade”.
“Verificámos ao início da tarde de sábado um maior constrangimento com a chegada daquela massa toda de pessoas que gerou algumas situações de ansiedade, que desapareceram por completo quando depois foi adotada uma situação conjunta com a autoridade policial no sentido de se poder facilitar a entrada de pessoas”, disse a médica.
Mais tarde os profissionais de saúde assistiram a outras situações já decorrentes do “forte calor que se fez sentir”, nomeadamente vários casos de desidratação, alguns situações de trauma, mas de baixa gravidade.
“De facto, não há felizmente a registar situações graves que nos tivessem preocupado de sobremaneira”, afirmou, referindo que tentaram “na medida do possível” resolver as situações que aconteciam no Parque Tejo sem necessidade de transportar doentes ao hospital, “libertando as unidades do Serviço Nacional de Saúde dessa pressão.
Segundo Fátima Rato, só houve necessidade de transportar no sábado do Parque Tejo para o hospital 26 pessoas, com situações fundamentalmente decorrentes de traumatismos, que necessitaram de uma referenciação por parte da ortopedia, e de desidratação que precisavam de “uma observação em ambiente hospitalar durante mais tempo”.
Durante a manhã de sábado, o dispositivo de emergência médica montado em Fátima reencaminhou sete pessoas ao hospital.
Questionada se as situações de desidratação poderiam estar relacionadas com as filas de 20 minutos para conseguir encher a garrafa de água no Parque Tejo, Fátima Rato explicou que a desidratação não acontece repentinamente.
“Estas pessoas estiveram muito tempo a caminhar, muito tempos expostas ao sol, acredito que vão bebendo água, seguramente, agora não consigo explicar se isso decorre do facto de haver maior ou menor disponibilidade de acesso à água”, comentou.
Fátima Rato adiantou que “a desidratação é um processo que se vai instalando progressivamente”: “Já são uns quantos dias as pessoas a caminhar com as condições atmosféricas que verificámos nestes últimos dias. Enfim, é natural que estas situações aconteçam e era expectável que isso acontecesse. Daí os avisos para as pessoas se manterem hidratadas.”
Tendo em conta “os milhares e milhares de pessoas que se encontravam no recinto”, a médica considerou que os números das ocorrências “não são assim tão impressionantes: De facto, quase que são casos pontuais”.
No total, o INEM e a Proteção Civil empenharam, no sábado, 814 operacionais e 414 meios.
A Jornada Mundial da Juventude terminou hoje e contou com a presença do Papa Francisco.
LUSA/HN
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