“Devido à nova e sem precedentes quantidade massiva de boletins não solicitados que serão enviados a ‘eleitores’ (…), o resultado da eleição de 03 de novembro pode nunca ser determinado de forma precisa, que é o que alguns desejam. (…) Parem com [o] caos dos boletins”, escreveu Donald Trump.
Segundo dados divulgados pelo canal de televisão CNN, há nove estados que enviarão boletins de voto por correio aos eleitores registados para votar nas eleições de novembro (Colorado, Oregon, Utah, Havai, Washington, Califórnia, Vermont, Nevada e Nova Jérsia, além do distrito de Columbia), ainda que os cinco primeiros o fizessem mesmo antes da pandemia.
Noutra publicação, Trump incentivou esses estados a não prosseguir com os seus planos de votação por correio e para pedirem “às pessoas para irem às urnas”.
Para Donald Trump, porém, o envio de boletins solicitados por eleitores é uma medida positiva.
De acordo com a CNN, nestas eleições, um total de 35 estados permitem aos eleitores votar por correspondência, quer seja devido ao novo coronavírus ou sem apresentar uma justificação, enquanto em seis estados os eleitores devem fornecer “uma justificação plausível”, que não inclui a pandemia, para votar por correio.
Nas suas mensagens no Twitter, Trump assegurou que “os boletins não solicitados são incontroláveis, completamente vulneráveis a interferência eleitoral por parte de países estrangeiros e conduzirão a um caos e confusão massivos”.
A rede social etiquetou dois dos ‘tweets’ do Presidente norte-americano com uma mensagem que dizia “Descubra como votar por correio é seguro”, que, ao ser clicada, abria uma série de publicações com artigos de meios de comunicação que citam especialistas e dados que afirmam que esta modalidade de sufrágio é legal e segura.
Perante esta ação, Trump respondeu na mesma rede social que o “Twitter assegura-se” de que as tendências nesta rede “sejam qualquer coisa má, falsa ou não, sobre o Presidente Trump”.
O candidato republicano à reeleição mantém aberta uma ofensiva contra o voto por correio, que muitos estados estão a alargar devido à pandemia e que Trump considera que pode facilitar a fraude, apesar de numerosos estudos demonstrarem que isso é extremamente improvável.
Entretanto, um juiz dos EUA bloqueou hoje as polémicas mudanças do Serviço Postal, que desaceleraram o correio em todo o país, considerando que são “um ataque com motivação política à eficiência” deste serviço em véspera das eleições de novembro.
O juiz Stanley Bastian, de Yakima, Washington, explicou estar a emitir uma liminar (uma ordem judicial provisória decorrente daquilo que se denomina na jurisprudência de ‘perplexidade da lei’) para todo o país, solicitada por 14 estados que processaram a administração do Presidente, Donald Trump, e os Correios dos EUA.
Os estados desafiaram a chamada política de “deixar correspondência para trás” do Serviço Postal, que implica que as carrinhas de distribuição saiam a horas das instalações dos Correios, haja ou não mais correspondência para carregar.
Além disso, os estados também querem forçar os Correios a tratar a correspondência eleitoral como prioritária.
A ação judicial apresentada exige que as alterações efetuadas no serviço de correio (USPS, na sigla inglesa) pelo diretor-geral, Louis DeJoy, nomeado em junho para o cargo por Donald Trump, sejam anuladas, por “serem ilegais”.
A coligação responsável pela ação alega que a USPS, agência do Governo federal, começou a reduzir as operações sob a tutela de DeJoy, um dos principais doadores da campanha de Trump para as eleições presidenciais de 2016.
LUSA/HN
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