Em declarações à RTP e à Antena 1, durante a visita de dois dias à Polónia, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre a morte de um idoso num corredor do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.
“Eu não tenho dados sobre essa matéria, mas acho que se há um caso com esses contornos é positivo que tenha sido aberto um inquérito para se apurar o que é que sucedeu nesse caso, como em principio devia acontecer com todos os casos semelhantes”, começou por responder.
O Presidente da República adiantou ainda que ia ainda “tentar apurar o que se passou”, esperando pelos resultados do inquérito para se poder determinar a responsabilidade do caso.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) decidiu averiguar em conjunto com a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) a morte de um idoso num corredor do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, revelou hoje a instituição.
“Considerando que a IGAS decidiu abrir um processo de esclarecimento, para avaliar a necessidade de desenvolver outro tipo de ação inspetiva e que a Entidade Reguladora da Saúde, no quadro das suas competências, também se encontra a averiguar a situação, através de um processo de avaliação, estes dois organismos decidiram cooperar de modo a obter todos os esclarecimentos necessários de forma complementar”, adiantou a IGAS em comunicado.
Na nota divulgada, a Inspeção-Geral assumiu ter tomado conhecimento do caso através dos órgãos de comunicação social e assinalou o anúncio pelo conselho de administração daquela unidade hospitalar de “um processo de inquérito com caráter de urgência”.
“Apesar de a avaliação preliminar não permitir estabelecer qualquer relação entre o tempo de permanência na urgência, a assistência prestada e o desfecho que veio a verificar-se, o Conselho de Administração determinou a abertura de um processo de inquérito com caráter de urgência para cabal apuramento dos factos”, referiu, hoje de manhã, em comunicado a administração do hospital.
O idoso, de 93 anos, deu entrada nas urgências do Hospital Beatriz Ângelo pelas 13:00 de segunda-feira, com uma fratura numa perna, e acabaria por morrer depois de mais de cinco horas à espera no corredor do hospital, segundo adiantou à agência Lusa o comandante dos Bombeiros de Camarate, Luís Martins.
O comandante explicou que os bombeiros de Camarate, ao terem conhecimento de que o doente teria de ser levado para Santa Maria, se prontificaram para fazer o transporte, mas não tiveram autorização e continuaram à espera.
A avaliação clínica foi realizada na maca dos bombeiros por “falta de macas no hospital”. Foram feitos exames raio-x, em que foi detetada uma fratura do colo do fémur, e uma estabilização da perna com uma tração, acrescentou Luís Martins.
LUSA/HN
0 Comments