Pizarro considera muito difícil acordo entre partidos para a saúde

20 de Dezembro 2023

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considerou esta terça-feira que será “muito difícil” encontrar um acordo político para o setor, sublinhando que a orientação do PS “não depende do seu estado de espírito”.

“Há espaço numa sociedade democrática salutar para as divergências de linhas de orientação. Isso faz parte da democracia. Seria muito positivo que houvesse, pelo menos, coerência na revisão das profissões. O maior partido da oposição, o PSD, andou meses ou anos a reclamar que fossem generalizadas e agilizadas as unidades locais de saúde [ULS], agora que, a partir de janeiro o país todo vai ser organizado em unidades locais de saúde reclama que essa medida seja adiada”, salientou.

Na semana passada, o PSD exigiu ao Governo que suspenda a entrada em vigor das novas ULS, pedindo ao executivo que se focasse nos problemas das urgências e não em “nomear ‘boys’” para estas estruturas.

Os sociais-democratas intimaram o Governo demissionário a suspender “de imediato a entrada em vigor do Decreto-Lei que estabelece a criação das ULS”, prevista para 01 de janeiro, evitando “o adensar de problemas a uma situação já por si muito delicada”.

“É muito difícil, porque se exige com claridade que cada partido defina com clareza ao que vem. O PS é o fundador do Serviço Nacional de Saúde [SNS] e, do meu ponto de vista bem, nunca mudou de opinião da importância deste serviço público”, referiu Pizarro depois de o novo bastonário da Ordem os Enfermeiros (OE), Luís Filipe Barreira, ter defendido esta terça-feira um acordo político para a saúde.

Manuel Pizarro considerou ainda inaceitável que haja pessoas sem acesso a médico de família, esperando que possa haver estabilidade até ao final de 2024.

“Em janeiro, vamos generalizar as unidades de saúde familiar [USF] de modelo B dos centros de saúde. A nossa expectativa (…) é ter entre 200 e 250 USF de modelo B e com isso cerca de 300 mil portugueses passem a ter médico de família. Não vai ser possível resolver isto de um dia para o outro, apesar de estarmos a assistir à entrada de novos médicos de família, estamos a assistir à reforma de muitos médicos de família”, indicou.

Sobre os problemas nas urgências hospitalares, o governante garantiu que o SNS “tem dado plena resposta à procura”, com as “dificuldades que são infelizmente habituais no período de inverno”.

“Temos conseguido dar uma resposta cabal. Claro que tem custos adicionais para as pessoas, para os médicos, para os enfermeiros, para os outros profissionais de saúde que estão nos serviços de urgência. (…) Às vezes, há um incómodo para os doentes que em vez de serem atendidos mais próximos das suas casas acabam por percorrer uma maior distância. Nós fazemos tudo o que está ao nosso alcance para que as coisas funcionem”, frisou.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Stephan Peters sobre o Nutri-Score: “Não há evidências da sua eficácia na vida real”

Nutri-Score: Uma mais-valia ou uma ferramenta meramente ilusória? As opiniões sobre este sistema de classificação nutricional divide especialistas europeus. Há quem aponte o rótulo nutricional de 5 cores como um sistema útil para os consumidores poderem conhecer o valor nutricional geral dos produtos. No entanto, há quem aponte falhas “devido à sua falta de fundamentação científica”. Este foi o caso do investigador neerlandês Stephan Peters, da Dutch Dairy Association, que falou ao HealthNews sobre o assunto. 

Vacina Shingrix continua a proporcionar elevada proteção contra o Herpes Zoster

A GSK plc (LSE/NYSE: GSK) anunciou no dia 17 de abril dados positivos do ensaio clínico de fase III ZOSTER-049 de follow-up a longo prazo que seguiu os participantes durante aproximadamente 11 anos após a vacinação inicial com Shingrix (vacina contra o Herpes Zoster recombinante, com adjuvante ou RZV). Os dados finais do ensaio clínico demonstram que a RZV mantém a eficácia contra o Herpes Zoster durante mais de uma década em adultos com mais de 50 anos.

Manuel Alves morreu hoje em Lisboa vítima de cancro

O ‘designer’ português Manuel Alves, 73 anos de idade, da dupla de moda Alves/Gonçalves, morreu esta terça-feira no Hospital da Luz, vítima de cancro, confirmaram à agência Lusa amigos do estilista.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights