Investigadores desenvolvem solução injetável para regeneração de tecidos

7 de Fevereiro 2024

Uma solução injetável inteligente para ajudar à regeneração de tecidos do corpo humano está a ser desenvolvida por uma investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), anunciou ESTa instituição.

O trabalho de Patrícia Alves, do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da FCTUC, tem uma duração de 18 meses e a colaboração de outros investigadores da Universidade de Coimbra (UC), sendo realizado no âmbito do projeto SmartLipoGel com um financiamento de 50 mil euros da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

“Do ponto de vista clínico, o uso de apenas um fator para tratar vários estados patológicos e doenças é insuficiente”, havendo “necessidade de um biomaterial que possa controlar a libertação de diferentes fármacos ao longo do tempo”, afirmou Patrícia Alves.

Citada num comunicado na FCTUC, explicou que o projeto aponta para “a capacidade de um sistema controlar a liberação diferencial de múltiplos fármacos ao longo do tempo” e assim acompanhar “o mecanismo espaciotemporal natural dos processos biológicos”.

“Os processos de cicatrização da maioria das doenças e traumas são muito complexos e compreendem uma série de etapas como angiogénese [termo usado para descrever o mecanismo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes], inflamação e remodelação de tecido”, de acordo com a nota.

A investigadora do Centro de Engenharia Química e Recursos Renováveis para a Sustentabilidade (CERES), que faz parte do DEQ, salientou que “a capacidade de controlar a libertação em tempo real pode permitir que a dose necessária seja administrada em cada tempo”.

“Os hidrogéis e lipossomas inteligentes abrangem uma ampla gama de aplicações biomédicas, como engenharia de tecidos, libertação de fármacos, cicatrização de feridas e bio-impressão 3D”, acrescentou.

O novo sistema permitirá “libertar passivamente um agente terapêutico incorporado no gel que pode ser, por exemplo, anti-inflamatório ou antibiótico, e induzir a libertação de um segundo agente terapêutico”.

Por ser uma solução injetável localmente, “pode facilitar o processo, uma vez que permite um procedimento muito menos invasivo”.

Colaboram ainda no projeto as investigadoras Benilde Costa, do Centro de Física da UC, e Alexandrina Mendes, do Centro de Biomedicina e Biotecnologia Inovadoras, além de José Ventura, consultor da empresa Artur Salgado.

LUSA/HN

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