Segundo Gisela Firmino, em causa está o seguir em frente do projeto “Eu sou porque tu és”, que há um ano trabalha com alunos surdos, com paralisia cerebral e cegos, duas vezes por semana, com o objetivo de trabalhar as questões emocionais e criar um espetáculo.
O projeto desenvolvido e posto em prática pela Casa de Vilar – Associação Cultural e Artística é apoiado no âmbito do Prémio Infância 2023 do BPI | Fundação La Caixa, lê-se na informação disponibilizada.
“Paralelamente, percebemos ser muito difícil às próprias famílias, os educadores, aceitarem que eles possam seguir uma carreira artística”, explicou a responsável do projeto, num cenário que “colide com o entusiasmo dos alunos”.
A fim de tentar suplantar esta situação, resolveram avançar com três ações de sensibilização, denominadas “A Arte com e para Artistas” sendo que, na quinta-feira, a primeira, destinada aos artistas surdos, decorrerá no ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, no Porto, acrescenta o comunicado.
“Neste dia, a ideia é ter um painel com artistas surdos, mas também as estruturas que estão a trabalhar com artistas surdos profissionais para mostrar que é possível”, acrescentou Gisela Firmino, explicando que “todas as ações terminam com um espetáculo”, em que as pessoas são “convidadas a assistir a algo relacionado com a temática em debate”.
Neste caso, será o ‘Zoo Story’, espetáculo em que “…a palavra dita é substituída pela palavra gestualizada, através do desempenho de dois intérpretes surdos…”, Marta Sales e Tony Weaver, na sexta-feira, no Teatro Helena Sá e Costa, às 21:30, acrescenta a nota de imprensa.
“Tudo isto está interligado”, insistiu a responsável do projeto para quem é importante provar aos familiares e educadores “que é possível ter uma carreira artística” e que “é importante que os atores surdos continuem o seu trabalho inseridos no projeto devido aos desafios que esta caminhada lhes vai colocar”.
A segunda e terceira sensibilizações, ainda sem data definida, destinam-se a artistas com paralisia cerebral e cegos e que representam todo o universo de alunos com quem trabalham, desta forma aprofundando as questões relacionadas com a deficiência, disse Gisela Firmino.
LUSA/HN
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