A Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) anunciou na quarta-feira que obteve autorização da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) para o atual helicóptero operar no heliporto de Bragança. O processo teve início a meio de janeiro.
“É com enorme satisfação que tivemos essa informação. Até que enfim que a ULSNE obteve a autorização da ANAC (…)”, afirmou à Lusa Paulo Xavier, que ocupou o lugar de Hernâni Dias, cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) pelo distrito, em janeiro.
Paulo Xavier mostrou-se indignado que Governo não tenha “atempadamente feito o serviço que tinha a fazer”, referindo-se ao lançamento do concurso para adjudicar o helitransporte, caducado desde o final do ano passado.
“Estamos hoje mais seguros, porque o helicóptero é o último reduto à vida no Nordeste Transmontano”, considerou Paulo Xavier.
Desde 03 de janeiro que está na base de Macedo de Cavaleiros uma aeronave de modelo AW139, de maior porte e autonomia, que veio de Évora. Para o Alentejo foi o A109S, antes a voar em Trás-os-Montes.
Por causa das características, de tamanho e peso, nenhum dos dois heliportos hospitalares locais – Bragança e Mirandela – tinham certificação para o receber.
O autarca adiantou que foram feitos testes à resistência da base do hospital de Bragança, por causa da carga do helicóptero, sendo o resultado positivo, o que levou à certificação.
Em Bragança, a primeira alternativa foi o aeródromo municipal, a 15 minutos por estrada, mais o tempo de transferir o doente entre hospital, ambulância e aeronave, o que perfazia 20 minutos no total, denunciou na altura o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.
Ainda em janeiro, o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) autorizou o helicóptero ao serviço do INEM a aterrar no complexo desportivo, a dois quilómetros do hospital da cidade.
O INEM tinha solicitado à autarquia a aterragem no relvado do estádio municipal, o que primeiro foi negado. Mais tarde, foram realizados testes e, segundo Paulo Xavier, ficou como um “plano B”, porque a “infraestrutura é frágil” e onde foi “unanimemente visto” que não teria as melhores condições.
Em Mirandela, por falta de certificação de segurança para aterrar no heliporto no período noturno, o helicóptero A109S só já podia fazê-lo durante o dia, sendo a alternativa o relvado sintético da Reginorde ou o aeródromo municipal. Estas continuam a ser as soluções, que, segundo a autarquia, acresce cerca de 3 minutos a 6 minutos ao tempo de chegada/partida do Hospital de Mirandela”.
A ULSNE informou no mesmo comunicado que continua a desenvolver “todos os esforços no sentido de assegurar as condições necessárias para a operacionalidade da nova aeronave de transporte aéreo de emergência nas infraestruturas aeroportuárias contíguas aos Serviços de Urgência Médico-Cirúrgica do distrito de Bragança”, numa referência ao heliporto de Mirandela, cujo processo ainda decorre.
As alterações entre bases dos quatro helicópteros a voar em emergência médica no país foram feitas pelo INEM, com vista a otimizar a capacidade de resposta no decurso do concurso para contratação do serviço, explicava o instituto em janeiro.
Neste momento, apenas dois dos quatro helicópteros voam 24 horas – Macedo de Cavaleiros e Loulé, ambas aeronaves com as mesmas características.
Nas bases aéreas com redução de horário no período noturno o INEM mantém em funcionamento uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e respetiva equipa médica.
LUSA/HN
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