ULS Médio Tejo instala em Tomar projeto-piloto na área da saúde mental

28 de Março 2024

A Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo vai centralizar no Hospital de Tomar uma equipa dedicada na área da saúde mental, projeto-piloto integrado nos Centros de Responsabilidade Integrados (CRI) que a instituição quer expandir a outras áreas.

“A equipa de saúde mental de Tomar integra um projeto-piloto da direção executiva na área da saúde mental, um CRI, e foi muito bom que tivéssemos sido também chamados a fazer parte desse projeto”, disse à Lusa o presidente do conselho de administração da ULS Médio Tejo, Casimiro Ramos, que agrega as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, todas no distrito de Santarém.

Segundo Casimiro Ramos, além do projeto-piloto de um CRI em saúde mental e de um outro CRI já contratualizado e em funcionamento na ULS Médio Tejo, desde outubro de 2023, na área da ortopedia, há “mais três CRI” em perspetiva.

“Temos mais três CRI que, neste momento, estão em fase de elaboração do projeto, nomeadamente na unidade de diabetes e obesidade, na imagiologia e na cirurgia de ambulatório”, indicou o gestor.

O CRI dedicado à ortopedia, contratualizado em outubro de 2023 e válido até 2026, pretende reduzir a “lista de espera cirúrgica com mais de nove meses”, anunciou na ocasião o presidente do conselho de administração da ULS.

Segundo o responsável, além de “mais eficácia e eficiência”, a equipa confere à especialidade “mais inovação e desenvolvimento”, fatores que poderão “atrair e fixar” mais profissionais, inclusive com a criação de CRI em outras especialidades.

As equipas multidisciplinares dos CRI têm autonomia para definir estratégias e objetivos com o propósito de levar mais e melhores cuidados de saúde às populações, potenciando a capacidade instalada preexistente nos hospitais e reduzindo, assim, as listas de espera.

Os primeiros Centros de Responsabilidade Integrados dedicados à saúde mental vão arrancar em 15 Unidades Locais de Saúde, numa primeira fase em projeto-piloto e durante 10 meses, segundo uma portaria publicada em Diário da República em 29 de fevereiro.

O projeto-piloto prevê que as equipas sejam reorganizadas e trabalhem de acordo com um regime de incentivos em função de objetivos, tal como já acontece nos cerca de 40 CRI existentes.

As equipas dos CRI de saúde mental para adultos serão multidisciplinares, com médicos, enfermeiros, administradores hospitalares, técnicos superiores de saúde, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, assistentes técnicos e técnicos auxiliares de saúde.

A portaria identifica como projetos-piloto as equipas dedicadas do serviço local de saúde mental das ULS de Amadora/Sintra, Arco Ribeirinho, Baixo Alentejo, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Lisboa Ocidental, Loures-Odivelas, Matosinhos e Médio Tejo.

Haverá também projetos-piloto nas ULS do Nordeste, Oeste, Região de Aveiro, Santo António, e Tâmega e Sousa.

Do cumprimento dos objetivos definidos por cada CRI resultarão incentivos salariais para os trabalhadores. Além da remuneração base, os incentivos podem ir até 40% da remuneração mais elevada da carreira correspondente.

Segundo o Ministério da Saúde, a criação dos CRI para a saúde mental “permitirá uma melhoria da capacidade de resposta e gestão dos pedidos de consulta e acompanhamento aos hospitais já nos primeiros meses dos projetos-piloto, reforçando-se os sistemas locais de saúde mental para adultos”.

A saúde mental foi uma das áreas escolhidas para o início do novo modelo de CRI, sendo também uma das prioridades de investimento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na Saúde, que aloca 88 milhões de euros ao reforço da resposta do Serviço Nacional de Saúde nesta área.

LUSA/HN

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