Trabalhadores do Hospital de Braga não querem regressar à Parceria Público-Privada

17 de Abril 2024

Os trabalhadores do Hospital de Braga não querem regressar à Parceria Público-Privada (PPP), garante Camilo Ferreira, coordenador da Comissão de Trabalhadores, que recordou, em conversa com o HealthNews, a exaustão dos profissionais naquele modelo de gestão e, como Entidade Pública Empresarial (EPE), a melhoria das condições de trabalho e do desempenho.

“Os trabalhadores do Hospital de Braga foram submetidos a trabalhos excessivos” durante a Parceria Público-Privada, afirma Camilo Ferreira. A preocupação agora é o regresso a essa forma de gestão, uma vez que Montenegro afirmou ainda candidato que esta garantia uma resposta mais eficiente. “Não foi só a Aliança Democrática. Também a Iniciativa Liberal teve várias intervenções públicas sobre… A ideia deles era mesmo o regresso do Hospital de Braga à PPP”, acrescenta o representante dos trabalhadores.

“Não me canso de dizer que os números são aquilo que as pessoas querem que eles sejam, mas os números reais são aqueles que lhe disse anteriormente: o desempenho como EPE foi bastante acima daquilo que veio na comunicação social”, frisa Camilo Ferreira. Ou seja, a EPE “teve um desempenho melhor”, “com aumento de cirurgias, com aumento de consultas, e trouxe uma estabilidade maior e melhores condições de trabalho aos profissionais”: redução do horário de trabalho de 40 para 35 horas, possibilidade de ter ADSE e, “sobretudo”, reconhecimento pelo seu trabalho.

“Eu continuo a defender que os hospitais EPE deviam ter as mesmas condições das PPP, sobretudo a nível de valorizar o desempenho e mesmo a nível de recrutamento de recursos humanos”, com “regras claras e transparentes”, “porque aí dava autonomia aos conselhos de administração”, referiu ainda.

Além disso, “o hospital já teve muitas transformações” – enfrentou mudanças a nível de gestão e uma pandemia, e o novo conselho de administração tomou posse apenas em janeiro passado. “Agora, se volta a mudar, não se aguenta. Mesmo a nível de recursos humanos é impossível, porque são alterações em cima de alterações. Espero bem que eles reflitam e que nos ouçam”, advertiu Camilo Ferreira.

A Comissão de Trabalhadores irá brevemente solicitar reuniões com os grupos parlamentares para lhes fornecer “dados concretos dos bons resultados que este hospital tem”, adiantou o coordenador.

Relativamente à transição para Unidade Local de Saúde, o processo decorre “com muita tranquilidade e muito profissionalismo”. “Está a fluir tudo muito bem. Acho que até está a superar as expetativas porque está tudo muito bem organizado”, revelou Camilo Ferreira.

O Hospital de Braga foi gerido em Parceria Público-Privada durante uma década. O contrato com o grupo José de Mello Saúde terminou em 2019.

HN/Rita Antunes

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ter ou não fazer nada. Eis a questão na IA

Cristina Vaz de Almeida
Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde; Doutora em Ciências da Comunicação — Literacia em Saúde. Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. Diretora da pós-graduação em Literacia em Saúde. Membro do Standard Committee IHLA — International Health Literacy Association.

Prisão de Monsanto acolhe projeto informático ligado ao SNS

Os serviços clínicos do Estabelecimento Prisional (EP) de Monsanto vão passar, a partir de terça-feira, a realizar todos os registos em suporte informático ao terem acesso à informação clínica dos reclusos existentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights