Henrique Martins defende que nutricionistas devem aproveitar as novas tecnologias

16 de Maio 2024

A "Saúde Digital" foi o tema abordado pelo antigo presidente do Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Henrique Martins, no XXIII Congresso de Nutrição e Alimentação. 

Na sessão realizada esta quinta-feira no Centro de Congressos de Lisboa, o Médico Internista e Consultor em Saúde Digital trouxe a debate a importância da utilização das novas tecnologias em áreas como a Nutrição.

Em declarações ao nosso jornal, Henrique Martins defendeu que os nutricionistas devem estar cada vez mais familiarizados com as novas ferramentas digitais da saúde.

“A telesaúde, que inclui a telenutrição, é muito importante. Temos de criar formas de interagir com as pessoas de forma mais regular. Sabemos que hoje em dia as pessoas não têm tempo e, por isso, os profissionais de saúde têm de arranjar tempo para estar com os seus doentes. Este ‘estar’ pode ser à distância”, disse.

Questionado sobre como a tecnologia pode ser aproveitada em áreas como a Nutrição, o especialista respondeu: “Há pelo menos três áreas: investigação (com a descoberta de novas composições a nível dos alimentos); comportamento humano (com os novos algoritmos de Inteligência Artificial podemos utilizar dados de pessoas divulgam nas suas redes sociais sobre o que é que andam a comer) e a nível da intervenção (podemos usar os telemóveis para alertar e relembrar as pessoas sobre parâmetros importantes para a sua saúde)”.

O uso da inteligência artificial e dos dispositivos wearables podem “ajudar a prevenir doenças e evitar os abusos no consumo de alguns alimentos”.

Sobre ferramentas como ChatGPT, o especialista alerta que é preciso ter cuidado com as informações obtidas, uma vez que não podem corresponder à realidade da população portuguesa.

“Muitos destes algoritmos estão a ser construídos com base em dados que não são portugueses. Portanto, temos de perceber que na questão da nutrição e da alimentação há um contexto cultural importante. É por isso que os sistemas de Inteligência Artificial têm que ser treinados com dados dos portugueses”, alertou.

Apesar de chamar a atenção para algumas questões éticas, Henrique Martins defendeu uma maior participação dos nutricionistas na criação de ferramentas tecnológicas. “Os nutricionistas têm que participar nos projetos europeus e tentar criar a sua própria empresa tecnológica. No fundo têm que sair do seu espaço clínico (…) Os jovens nutricionistas têm a obrigação de ter conhecimento sobre a saúde digital.”

O XXIII Congresso de Nutrição e Alimentação decorre entre hoje e amanhã, em Lisboa.

HN/VC

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