“Foi uma reunião tensa, uma reunião de duas horas”, revelou o Sindicato Nacional dos Enfermeiros. Emanuel Boieiro contou-nos que o Governo propôs “abordar em primeiro lugar a matéria da revisão da tabela salarial dos enfermeiros, da carreira especial de enfermagem, e, portanto, é isso que está em cima da mesa. Nós, os cinco sindicatos, estabelecemos como critério e linhas vermelhas subir duas posições remuneratórias em cada uma das categorias. Nós temos três categorias: enfermeiro, enfermeiro especialista e enfermeiro gestor. E, portanto, para início da conversação com o Ministério da Saúde, estabelecemos como mínimo a subida de duas posições remuneratórias em cada categoria. Isso vai ser enviado para o Ministério da Saúde até à próxima quarta-feira”, juntamente com “outras propostas de matérias a trabalhar no protocolo negocial”.
Emanuel Boieiro frisou ainda que “os enfermeiros precisam de um acordo coletivo de trabalho global aplicado aos enfermeiros, que considere matérias como a penosidade, o risco, a idade da reforma, os serviços mínimos em dias de greve, os dias de férias, a organização do tempo de trabalho, a avaliação do desempenho, os incentivos, a dedicação plena. Todas estas matérias têm que ser vertidas num acordo coletivo de trabalho global, e o Ministério não apresentou no protocolo essa vontade de concretizar a negociação de um acordo coletivo de trabalho global que se aplique aos enfermeiros, como já existe nas outras carreiras especiais da área da saúde. O facto de pretender rever a tabela salarial, numa escala de zero a dez de positividade, é cinco. É só metade do trabalho que está feito.”
O dirigente sindical disse que “os enfermeiros já estão fartos de palmas à janela” e “de elogios”. Os enfermeiros querem “ações concretas”, querem “rever a tabela salarial” e querem “uma carreira digna”, que faça com que escolham permanecer em Portugal. “Na última década, emigraram 25 mil enfermeiros, e isso não pode continuar a acontecer”, apontou Boieiro.
HN/RA
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