UE “seriamente preocupada” com “destruição ininterrupta” de Gaza

6 de Agosto 2024

O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros declarou-se “seriamente preocupado” com a “destruição ininterrupta” pelo exército israelita de infraestruturas essenciais na Faixa de Gaza, incluindo uma estação de tratamento de águas.

Em comunicado, o alto representante Josep Borrell, que se pronuncia em nome dos 27 países do bloco comunitário, disse que a União “está seriamente preocupada com a destruição ininterrupta de infraestruturas civis essenciais, incluindo uma estação de tratamento de água em Rafah”.

“Juntamo-nos aos apelos internacionais para esclarecimentos sobre este incidente”, acrescentou.

Josep Borrell alertou que a “catástrofe humanitária que se deteriora a cada dia” está a criar “condições que ameaçam a vida da população civil já severamente debilitada”.

“Continuam a estar sujeitos à fome e a ser deslocados para campos de tendas sobrelotados pelo décimo mês consecutivo, sem fim à vista e nenhum outro sítio para ir. Estamos profundamente preocupados com o colapso das condições sanitárias, gestão de resíduos, sistemas de saúde, que estão a levar à proliferação de doenças, incluindo pólio, infeções de pele e respiratórias, principalmente entre crianças”, advertiu o chefe da diplomacia europeia.

E deixou um alerta para as Forças Armadas de Israel: “Destruir infraestruturas civis essenciais é um crime de guerra”.

Josep Borrell exortou ainda o Governo israelita de Benjamin Netanyahu a “parar com todas as ações que piorem as condições de vida da população civil em Gaza” e a “cumprir com as obrigações” que tem no âmbito da legislação internacional.

Pelo menos 39.548 pessoas morreram e mais de 91.000 ficaram feridas no enclave palestiniano desde o início da guerra, a 07 de outubro, segundo os mais recentes dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

O Ministério da Saúde de Gaza não faz distinção entre civis e militantes nos seus registos.

Os militantes liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e fizeram reféns cerca de 250 pessoas no seu ataque surpresa ao sul de Israel em outubro passado.

LUSA/HN

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