Médicos guineenses acusam ministra da Saúde de suspender sua especialização

12 de Agosto 2024

Um grupo de 58 novos médicos guineenses realizou hoje uma vigília diante do ministério da Saúde em Bissau para denunciar a decisão da ministra da tutela, que acusam de ter suspendido a sua especialização “sem justificação”.

Cadija Baldé, médica clínica geral, porta-voz do grupo, que junta 58 médicos, disse que Maria Sanha “emitiu um despacho a revogar o despacho do ministro anterior” ao abrigo do qual estavam a frequentar estágios de especialização no Hospital Nacional Simão Mendes e no Hospital Militar Principal, ambos em Bissau.

“Fomos selecionados pelo ministro cessante para uma formação de seis meses nas áreas de cirurgia obstétrica, ecografia e anestesia obstétrica e depois iríamos ser colocados em diferentes hospitais e centros de saúde para exercer as nossas atividades médicas”, afirmou Baldé.

A especialização destes médicos recém-formados pela Faculdade de Medicina de Bissau é no âmbito da estratégia nacional para a redução da mortalidade materno infantil na Guiné-Bissau, através de um projeto financiado pelo Banco Mundial, notou a médica.

“Para a nossa surpresa, a nova ministra produz um despacho, após seis semanas do início da nossa especialização, a comunicar a revogação da nossa formação”, sem apresentar os motivos, acrescentou Cadija Baldé.

Vestidos de bata branca e empunhando uma bandeira gigante da Guiné-Bissau, o grupo de médicos desfilou diante do ministério da Saúde em Bissau, tendo sido recebido pelo secretário de Estado da Gestão Hospitalar, Abas Embalo.

 “Tentámos várias vezes falar com a nova ministra, mas sem uma resposta, por isso decidimos fazer esta vigília para poder ter alguma informação”, afirmou a médica.

A porta-voz do grupo de 58 novos médicos considerou a decisão da ministra de “injusta”, notou que há duas semanas que a sua especialização foi suspensa e adiantou que o secretário de Estado da Gestão Hospitalar prometeu transmitir a preocupação à ministra.

A Lusa tentou obter uma reação da ministra e do próprio ministério da Saúde Pública, mas sem sucesso.

LUSA/HN

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