Numa conferência de imprensa, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, defendeu que o Governo “não pode continuar a passar ao lado dos problemas” do SNS e deve marcar presença no debate da próxima comissão permanente, que se reúne no dia 11 de setembro. O pedido dos comunistas será apreciado pelos partidos em conferência de líderes na manhã do mesmo dia.
Paula Santos apontou o agravamento das “dificuldades no acesso aos cuidados de saúde”, destacando o encerramento previsto dos serviços de obstetrícia e ginecologia em hospitais de todo o país. “Nos meses de julho e agosto, não houve dia em que não houvesse serviços encerrados, sem que o Governo tomasse alguma medida para o evitar”, criticou a deputada.
A líder parlamentar da bancada comunista contestou os planos do executivo, alegando que “não foram precisos muitos meses para deixar claro que os problemas do SNS não iriam encontrar soluções neste Governo e que as suas opções políticas ainda iriam agravar esses mesmos problemas”.
O PCP defende também o aumento da remuneração base dos profissionais de saúde, o reforço do investimento e financiamento do SNS, a contratação imediata dos médicos recém-especialistas e a gratuitidade de medicamentos para maiores de 65 anos, doentes crónicos e com insuficiência económica.
Paula Santos não detalhou o impacto orçamental das medidas propostas pelo partido, salientando apenas que o investimento na saúde é uma “questão de opção” e que uma parte significativa do orçamento do SNS está a ser canalizada para grupos privados quando deveria ser investido no próprio SNS. A deputada acrescentou que o PCP tem apresentado várias medidas concretas para aumentar as receitas, em particular uma política fiscal mais justa aos lucros das grandes empresas.
NR/HN/Lusa
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