Mutilação Genital e Endometriose em destaque no Prémio de Jornalismo sobre Dor

20 de Outubro 2024

12ª edição do Prémio de Jornalismo na Área da Dor distingue reportagens sobre Mutilação Genital Feminina e Endometriose, destacando temas cruciais da saúde feminina em Portugal

A 12ª edição do Prémio de Jornalismo na Área da Dor, uma iniciativa conjunta da Fundação Grünenthal e da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), distinguiu duas jornalistas pelos seus trabalhos sobre temas de saúde feminina. A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se no dia 19 de outubro de 2024, na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, durante o IX Encontro de Unidades de Dor da APED.

O primeiro prémio, no valor de 2.000 euros, foi atribuído à jornalista Maria Moreira Rato pela sua reportagem intitulada “Mutilação Genital Feminina”. Este trabalho, desenvolvido para assinalar o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, apresentou uma abordagem abrangente sobre o tema, incluindo entrevistas com uma sobrevivente, profissionais de saúde, ativistas e representantes da Direção-Geral da Saúde. A reportagem revelou que, entre 2014 e 2022, foram registados 853 casos de mutilação genital feminina em Portugal, destacando a persistência desta prática, apesar de ter sido criminalizada no país.

O segundo prémio, no valor de 1.000 euros, foi concedido à jornalista da RTP Paula Rebelo pela sua reportagem “Dor que incapacita e poucos querem ver”. Este trabalho, que foi transmitido em todos os serviços noticiosos da RTP, com destaque no Jornal da Tarde, focou-se na endometriose. A reportagem abordou o longo tempo de espera para o diagnóstico desta condição, que pode demorar até 10 anos, e descreveu o processo como um verdadeiro calvário para as mulheres afetadas. Paula Rebelo destacou as dores incapacitantes, os diagnósticos errados de depressão e o impacto na fertilidade, sublinhando que, apesar de afetar uma em cada dez mulheres, a endometriose continua a ser subvalorizada tanto pelas próprias mulheres como pelos médicos.

Os trabalhos foram avaliados por um júri composto por representantes da Fundação Grünenthal, da APED e do Sindicato dos Jornalistas. Os critérios de avaliação incluíram criatividade, investigação, relevância e qualidade das peças jornalísticas.

Este prémio anual tem como objetivo incentivar e reconhecer o interesse e a qualidade dos trabalhos jornalísticos dedicados ao tema da dor, promovendo assim uma maior consciencialização sobre questões de saúde importantes e muitas vezes negligenciadas.

PR/HN/MMM

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