A companhia de tecnologia médica BD (Becton Dickinson) organizou uma “Jornada de Terapia de Infusão e Acessos Vasculares” no Porto, reunindo médicos e enfermeiros de todo o país para discutir a importância de uma correta implementação e funcionamento destes procedimentos clínicos. O evento destacou a relação entre a excelência na qualidade dos cuidados e a gestão de doentes hospitalizados.
Estudos mostram que a uniformização de procedimentos entre os profissionais de saúde que trabalham com cateteres contribui para uma boa atividade especializada e promove a segurança dos doentes. Atualmente, observa-se uma tendência crescente para a criação de equipas de infusão e de acesso vascular, grupos multidisciplinares com competências na inserção e manutenção de cateteres intravasculares periféricos e centrais, como parte de uma estratégia conjunta para alcançar a excelência hospitalar.
De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), estima-se que mais de 94 000 doentes em Portugal contraem anualmente uma infeção associada a cuidados de saúde. As complicações mais graves estão associadas à contaminação no local de inserção ou ao uso incorreto dos dispositivos, com uma elevada taxa de mortalidade, obrigando à utilização de antibióticos mais fortes e, em alguns casos, à remoção do cateter.
A taxa de infeções hospitalares, incluindo infeções associadas a cateteres, situa-se entre os 4 e os 10% das admissões hospitalares, podendo ser ainda mais elevada nas unidades de cuidados intensivos. O tratamento destas complicações gera custos significativos para o Sistema Nacional de Saúde (SNS) em Portugal, tanto em termos de tratamento direto como de hospitalização prolongada.
Estes dados sublinham a necessidade de equipamentos de infusão e de acesso vascular de qualidade e de profissionais de saúde com formação adequada. O Dr. Paulo Figueiredo, do Serviço de Doenças Infeciosas do CHU São João do Porto, defendeu a importância de investir na formação e na criação de equipas especializadas em infusão e acesso vascular, ressaltando que não se trata apenas de ter a tecnologia mais recente, mas de a integrar num sistema de trabalho que privilegie a segurança do doente, a eficiência na gestão de recursos e a excelência clínica através da colaboração entre profissionais médicos e de enfermagem.
Mónica Rebelo, Enfermeira Gestora UHD e EVA no Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães, salientou que a disponibilização de equipamentos especializados de infusão e acesso vascular transformou a prática diária, permitindo melhorar o conforto e o bem-estar dos doentes através da normalização dos procedimentos e da abordagem multidisciplinar.
Bruno Taveira, Country Lead da BD em Portugal, enfatizou a importância da realização deste tipo de conferências, destacando o compromisso da companhia com os doentes e com a formação dos profissionais de saúde. A BD considera fundamental sensibilizar para a necessidade de aproximar o trabalho de médicos e enfermeiros na prática das terapias de acesso vascular e infusão, de forma a conseguir uma maior especialização dos profissionais nesta técnica, resultando num maior e melhor impacto nos doentes.
PR/HN/MMM
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