Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Martim Rocha, Diretor de Relações Externas da ANEEB e estudante de Engenharia Biomédica do IST, destaca o impacto da multidisciplinaridade no Health Hackathon. O evento de 24 horas no Hospital da Luz Learning Health reune estudantes de diversas áreas da saúde para desenvolver soluções inovadoras com mentoria especializada.
HealthNews (HN) – Como a natureza multidisciplinar do Health Hackathon contribui para o desenvolvimento de soluções inovadoras na área da saúde?
Martim Rocha (MR) – A natureza multidisciplinar do Health Hackathon é essencial para a inovação da saúde, na medida em que fomenta um espírito empreendedor entre os estudantes. Ao reunir estudantes de áreas tão diversas como a de Engenharia Biomédica, Medicina, Bioengenharia, Nutrição e outros cursos relacionados com a saúde, criamos uma dinâmica em que cada participante traz uma perspetiva única para o desafio. A diversidade de perspetivas dos estudantes, vindos de todos os cantos do país, enriquece as equipas, permitindo-lhes abordar os desafios de forma ampla e criativa. Assim, consideram não apenas os aspetos técnicos, mas também os práticos, éticos e humanos envolvidos na área da saúde. O resultado consiste em soluções mais completas e inovadoras, que têm o potencial de gerar um impacto real e positivo no setor.
HN – De que forma o acesso a workshops e sessões de mentoria com especialistas impacta a qualidade das soluções desenvolvidas pelos participantes durante o evento?
MR – Os workshops e sessões de mentoria são momentos-chave para o desenvolvimento das soluções no Health Hackathon. Durante os workshops, os participantes ganham insights práticos e teóricos sobre metodologias inovadoras na área da saúde e gestão, que são bastante úteis para o desenvolvimento de soluções realistas e completas. Assim, com o objetivo de proporcionar estes momentos de aprendizagem, irão decorrer dois workshops realizados por profissionais da DSI-lab: Um sobre a definição do modelo de negócio de uma solução (from ideation to pitch) e o segundo sobre Generative AI for business development, com o objetivo de introduzir as ferramentas de GenAI mais utilizadas e a melhor forma de as aplicar num modelo de negócio. Por outro lado, as sessões de mentoria com Professores reconhecidos na área da saúde e Engenharia Biomédica permitem que as equipas recebam feedback direto e especializado sobre as suas ideias. Este apoio contínuo, vindo de profissionais experientes, com conhecimento profundo dos desafios da saúde, ajuda os participantes a aperfeiçoar as suas soluções, identificando pontos fortes e áreas de melhoria. Este acompanhamento é determinante para que as propostas finais sejam não apenas criativas, mas também tecnicamente viáveis e adaptadas às necessidades do setor.
HN – Qual é o papel da Luz Saúde na definição dos desafios reais apresentados aos participantes e como isso influencia a relevância prática das soluções criadas?
MR – A Luz Saúde desempenha um papel fundamental na definição do desafio, garantindo que estes refletem problemas reais enfrentados nas instituições de saúde. Ao colaborar diretamente com o Hospital da Luz Learning Health, conseguimos identificar questões relevantes, que vão desde a melhoria de processos hospitalares até à otimização de cuidados ao paciente. Este envolvimento direto da Luz Saúde dá aos participantes a oportunidade de trabalhar em problemas com impacto concreto com a ajuda de mentores reconhecidos na área da saúde.
HN – Como o ambiente do Hospital da Luz Learning Health contribui para a experiência dos participantes e para o processo criativo durante as 24 horas do evento?
MR – O Hospital da Luz Learning Health oferece um ambiente único e inspirador para o Health Hackathon. Ao realizar o evento no Centro de Formação e Simulação, os participantes têm a oportunidade de estar imersos num espaço que simula o ambiente hospitalar aproximando-os da realidade dos profissionais de saúde, e ajudando-os a entender melhor os desafios que estão a tentar resolver.
HN – Quais são os principais benefícios que os estudantes universitários obtêm ao participar no Health Hackathon?
MR – Para os estudantes universitários, o Health Hackathon é uma oportunidade única de aplicar o conhecimento adquirido nas suas áreas de estudo em desafios reais do setor da saúde. Os participantes desenvolvem competências técnicas e interpessoais, como resolução de problemas, trabalho em equipa e pensamento crítico, essenciais para o seu futuro profissional. Ao mesmo tempo, têm acesso a networking com profissionais reconhecidos na área da Engenharia Biomédica e saúde a nível nacional, o que pode abrir portas para futuras oportunidades. Para além disso, os estudantes têm acesso a workshops únicos na área do empreendedorismo proporcionados pelo DSI-Lab (Research group at Católica Lisbon School of Business and Economics), o que torna a experiência ainda mais enriquecedora.
HN – Considerando o sucesso das edições anteriores, que melhorias ou novidades estão planeadas para a 5ª edição do Health Hackathon para manter o seu caráter inovador e atrativo?
MR – Para a 5ª edição do Health Hackathon, focamo-nos em oferecer uma experiência ainda mais enriquecedora e inovadora para os participantes. Uma das principais novidades é o foco nesta vertente mais empreendedora e inovadora com os workshops proporcionados pelo DSI-Lab. O principal objetivo é que esta edição não só mantenha o sucesso das anteriores, mas que seja um evento único na formação de futuros profissionais de saúde e Engenharia Biomédica no nosso país, estimulando os participantes a recorrer às suas capacidades técnicas, interpessoais e empreendedoras.
Entrevista MMM
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