Uma equipa de investigadores da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, em colaboração com outras instituições finlandesas, desenvolveu uma ferramenta de inteligência artificial (IA) revolucionária para a análise automática de amostras de tecido de cancro colorretal. Este novo modelo de rede neuronal artificial superou todos os seus antecessores em termos de desempenho na classificação de tecidos.

A ferramenta, desenvolvida em parceria com o Instituto de Biomedicina da Universidade de Turku, a Universidade de Helsínquia e o Hospital Nova da Finlândia Central, demonstrou uma precisão impressionante de 96,74% na identificação de todas as categorias de tecidos relevantes para a deteção de cancro.

Fabi Prezja, o investigador responsável pelo design do método, explicou que a ferramenta tem o potencial de poupar tempo significativo aos médicos, automatizando o processo de análise de amostras. Tradicionalmente, este processo envolve um patologista a examinar minuciosamente lâminas digitais de microscopia, preparadas a partir de amostras intestinais do paciente, marcando manualmente as áreas onde os tecidos cancerosos e relacionados são visíveis.

A nova ferramenta de IA analisa a amostra e destaca automaticamente as áreas contendo diferentes categorias de tecidos. Esta precisão e eficiência têm o potencial de aliviar significativamente a carga de trabalho dos histopatologistas, possivelmente resultando em diagnósticos, prognósticos e insights clínicos mais rápidos.

Num gesto notável para promover a colaboração científica, a equipa de investigação disponibilizou gratuitamente a ferramenta de IA. Prezja explicou que esta decisão visa acelerar futuros avanços, incentivando cientistas, desenvolvedores e investigadores de todo o mundo a continuar a desenvolver a ferramenta e a encontrar novas aplicações para a mesma.

No entanto, a equipa de investigação ressalva que, apesar dos resultados promissores, a introdução de ferramentas de IA no ambiente clínico deve ser feita gradualmente e com cautela. Antes que as soluções de IA possam tornar-se prática clínica rotineira, é essencial que passem por um rigoroso processo de validação para garantir que os resultados produzidos estão em conformidade com os padrões clínicos e regulatórios.

Este avanço tecnológico marca um passo significativo na luta contra o cancro colorretal, uma das formas mais comuns de cancro em todo o mundo. A capacidade de analisar tecidos com maior precisão e eficiência pode levar a diagnósticos mais precoces e precisos, potencialmente melhorando os resultados do tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.