Governo de Timor-Leste lança plano para combater má nutrição no país

13 de Março 2025

 O Governo timorense lançou hoje o Plano de Ação Nacional Multissetorial de Nutrição, para reduzir o atraso no crescimento infantil, que afeta quase metade das crianças timorenses com menos de cinco anos, para menos de 25% até 2030.

“O problema da má nutrição crónica é um problema de todos nós e um problema nacional. Segundo os dados recolhidos pelo setor da saúde cerca de 47% das nossas crianças têm subnutrição crónica, o que significa que quase metade delas sofre consequências sérias”, afirmou o vice-primeiro-ministro, ministro coordenador dos Assuntos Sociais e ministro do Desenvolvimento Rural e Habitação Comunitária, Mariano Assanami Sabino.

O responsável falava em Díli na cerimónia de lançamento do plano, que vai ser executado até 2030.

“Isto representa uma projeção negativa para o futuro do Estado, porque muitas crianças nascem e crescem, mas as suas capacidades cognitivas não se desenvolvem”, salientou Mariano Assanami Sabino, acrescentando que não se trata apenas do crescimento das crianças, mas também do desenvolvimento do país.

Presente na cerimónia esteve também a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Timor-Leste, Patrizia DiGiovanni, que, num discurso, afirmou que o atraso no crescimento “não é apenas uma estatística, é uma emergência silenciosa”.

“Quando as crianças não crescem saudáveis, não é apenas a sua saúde que sofre, mas também as bases do capital humano e do crescimento económico do país. O custo da inação é demasiado elevado”, afirmou a responsável da Unicef.

Segundo os dados divulgados, 47% das crianças com menos de cinco anos sofre de má nutrição crónica, 8,6% de desnutrição aguda, 32% têm peso abaixo do previsto e deficiências de vitamina A, ferro e iodo.

O plano hoje apresentado junta os setores da saúde, nutrição, agricultura, água e saneamento, proteção social e educação e visa reduzir para menos de 25% o atraso no crescimento infantil até 2030 com foco na nutrição dos recém-nascidos e crianças até aos 23 meses e mulheres em idade reprodutiva.

lusa/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

Doze medidas de Saúde para qualquer novo governo

O Professor António Correia de Campos, Catedrático Jubilado e antigo Ministro da Saúde, aponta doze medidas de Saúde para qualquer novo Governo. Nelas, defende que os programas políticos para as legislativas de 18 de maio devem priorizar a integração das várias redes do sistema de saúde, reforçando a articulação entre hospitais, cuidados primários, cuidados continuados e ERPI. Propõe ainda soluções transitórias para a falta de médicos e aposta na dedicação plena para profissionais do SNS

Eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Ana Escoval, Professora Catedrática Jubilada da ENSP (NOVA) e vogal da Direção da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, analisa as propostas dos partidos para as legislativas de 18 de maio, destacando a necessidade de inovação, integração de cuidados, racionalização de recursos e reforço da cooperação público-privada como eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights