ULS diz que grávida recusou transferência para hospital com cuidados intensivos neonatais

18 de Abril 2025

A Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (ULSAR) confirmou hoje que uma grávida de 24 semanas foi observada na quarta-feira no Hospital do Barreiro, tendo recusado ser transferida para um hospital com cuidados intensivos neonatais.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o conselho de administração da ULSAR adiantou que a grávida de gémeos foi observada na quarta-feira numa consulta de alto risco obstétrico no Hospital do Barreiro.

Na sequência desta avaliação clínica e ecográfica, a grávida apresentava risco elevado de parto pré-termo, avançou ainda a unidade local de saúde, assegurando que “foram iniciados contactos telefónicos para a transferência para um hospital com unidade de cuidados Intensivos neonatais, considerando a grande prematuridade”.

“A grávida recusou a transferência, alegando a necessidade de resolver problemas familiares no domicílio”, tendo sido informada dos riscos e assinado a “alta à sua responsabilidade e contra parecer médico”, adiantou a ULSAR.

Perante isso, e de acordo com a ULS, os profissionais de saúde aconselharam a grávida a contactar a linha SNS 24 logo que possível, “referindo o risco de grande prematuridade e a necessidade de ser encaminhada para uma unidade hospitalar com cuidados neonatais diferenciados”.

A propósito deste caso, a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) manifestou hoje, em comunicado, “sérias preocupações” sobre a articulação entre os hospitais do Serviço Nacional de Saúde e o INEM no acompanhamento dos casos urgentes de grávidas.

Segundo a associação, após ser atendida no Hospital do Barreiro, a mulher, residente na Moita, teve de permanecer numa ambulância “quase três horas” antes de ser reencaminhada para a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.

De acordo com a ANTEM, na quarta-feira a ambulância chegou ao local pelas 11:40 e após avaliação clínica a equipa transmitiu os dados da situação ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

“A grávida permaneceu na ambulância, enquanto o CODU tentava perceber para onde poderia transportar esta senhora parturiente e os bombeiros ficaram à espera de uma decisão até às 14:20”, adiantou ainda a associação.

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que não confirmou o tempo de espera de cerca de três horas, adiantou à agência Lusa que “o pedido foi recebido no CODU através do SNS24”, tendo sido acionados os Bombeiros Voluntários de Alcochete.

“Após avaliação da grávida, verificou-se que não estavam reunidas as condições clínicas necessárias ao transporte para Coimbra, onde existia vaga de neonatologia”, referiu ainda o INEM, ao avançar que, posteriormente, foi “coordenado com a Direção Executiva do SNS o transporte da grávida para a Maternidade Alfredo da Costa”.

lusa/HN

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