Uma equipa de investigadores da Kaunas University of Technology (KTU), na Lituânia, liderada pelo Dr. Darius Jegelevičius, apresentou um sistema inovador para a monitorização integrada de pacientes após um acidente vascular cerebral (AVC). Este avanço tecnológico responde a uma necessidade crescente, já que o AVC permanece uma das principais causas de incapacidade prolongada em todo o mundo, afetando milhões de pessoas anualmente.
O novo sistema distingue-se pela capacidade de registar, de forma síncrona, diversos sinais fisiológicos que abrangem toda a atividade do sistema circulatório. Utilizando um eletrocardiograma (ECG) para medir a actividade eléctrica cardíaca, um fotopletismograma (FPG) para avaliar a propagação do pulso sanguíneo, sensores inerciais para detecção de movimento físico e medições de bioimpedância para monitorizar alterações do fluxo sanguíneo cerebral, a solução oferece uma visão abrangente do estado do paciente.
A inovação central reside no uso da bioimpedância, que permite detectar variações na circulação sanguínea cerebral – um parâmetro crítico após um AVC, quando a irrigação do cérebro pode ser comprometida devido a bloqueios vasculares. O sistema regista as mudanças de resistência eléctrica nos tecidos cerebrais, permitindo identificar alterações no fluxo sanguíneo que podem indicar agravamento ou complicações no quadro clínico do paciente.
Embora ainda não preveja com total certeza a ocorrência de novos episódios de AVC, a tecnologia já permite monitorizar em tempo real o estado do paciente, identificar riscos emergentes e apoiar decisões clínicas durante a reabilitação. O sistema foi concebido para ser utilizado tanto em monitorização de curta duração, durante a fase aguda, como em acompanhamento prolongado, facilitando a adaptação a diferentes contextos clínicos.
Os dados recolhidos são processados através de uma abordagem híbrida: parâmetros simples são calculados diretamente no dispositivo, enquanto análises mais complexas, como a distribuição espacial da bioimpedância no couro cabeludo, são realizadas em computadores externos ou servidores remotos. Esta arquitetura garante flexibilidade e precisão, além de permitir integração futura com sistemas de inteligência artificial.
A invenção, já protegida por patente europeia, resulta de uma colaboração entre a KTU, a Lithuanian University of Health Sciences e a empresa Gruppo Fos Lithuania. O processo de comercialização está a ser dinamizado pelo Centro Nacional de Inovação e Empreendedorismo da KTU, com a expectativa de que a tecnologia possa, no futuro, ser aplicada também na gestão de outras doenças neurológicas e cardiovasculares. Além do Dr. Darius Jegelevičius, a equipa de cientistas inclui investigadores das áreas da engenharia biomédica e neurociências, todos envolvidos no desenvolvimento e validação do sistema.
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NR/HN/Alphagalileo
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