Campanha alerta para importância do diagnóstico e controlo da fibrilhação auricular

17 de Novembro 2020

No âmbito da Semana de Consciencialização para a Fibrilhação Auricular centenas de organizações em todo o mundo alertam para a importância do diagnóstico atempado e controlo da doença. A Fibrilhação Auricular é uma das principais causas de AVC.

“Detetar, Proteger, Corrigir e Aperfeiçoar” é o mote da campanha global lançada pela Atrial Fibrillation Association e pela Arrhytmia Alliance. O objetivo principal consiste em incentivar a deteção da Fibrilhação Auricular através de uma simples verificação do pulso, “um gesto e 30 segundos que podem salvar vidas”.

A Fibrilhação Auricular carateriza-se por ser uma arritmia crónica em que existem batimentos cardíacos irregulares – habitualmente rápidos. Estes ritmos irregulares impedem o bombardeamento correto do sangue, podendo conduzir ao desenvolvimento de coágulos dentro do coração. Quando os estes coágulos atingem as artérias que irrigam o cérebro pode causar um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Para alertar a população portuguesa, a Fundação Portuguesa de Cardiologia decidiu associar-se à campanha da Atrial Fibrillation Association e à Arrhytmia Alliance.

De acordo com o Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia “o diagnóstico atempado da Fibrilhação Auricular pode revelar-se fundamental na prevenção de complicações como AVCs, insuficiência cardíaca, demência ou mesmo morte súbita. Apesar de estar associada à redução da qualidade de vida e a internamentos, sobretudo a partir de determinada idade, esta arritmia pode ser controlada através da gestão de comportamentos, hábitos de vida e medicação. Quanto mais cedo a detetarmos, maior a probabilidade de a controlarmos. Daí a importância deste tipo de campanhas”.

Os especialistas da área alertam que a partir dos 40 anos de idade, a prevalência da Fibrilhação Auricular entre os portugueses ronda os 2,5%. Ao passar os 65 anos, uma em cada dez pessoas terá desenvolvido esta arritmia.

Embora bastante prevalente, grande parte dos casos de Fibrilhação Auricular é silenciosa. Só se deteta demasiado tarde e depois de deixar sequelas ou de um episódio grave, como é o caso de um Acidente Vascular Cerebral.

É neste sentido que os profissionais de saúde consideram que deve ser dada uma maior atenção ao “batimento cardíaco descoordenado, pulsação rápida e irregular, tonturas, sensação de desmaio, perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito” em pessoas com mais de 65 anos.

Uma vez diagnosticada Fibrilhação Auricular, o risco de AVC pode ser reduzido significativamente através de terapêutica anticoagulante. Tal como na maioria dos países europeus, em Portugal, as normas aconselham a que se ministrem os Novos Anticoagulantes Orais, também conhecidos como NOAC. Consoante a prescrição, a medicação poderá ser tomada uma ou duas vezes ao dia.

A Semana de Consciencialização para a Fibrilhação Auricular arrancou esta segunda-feira.

PR/HN

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