Assembleia da República vai ter novas regras para funcionar em estado de emergência

20 de Novembro 2020

A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, novas regras de funcionamento do parlamento durante a vigência do estado de emergência, entre elas a redução dos deputados que podem estar presencialmente no plenário.

De acordo com o projeto de resolução aprovado, parte dos deputados passa agora a poder registar a presença a partir do computador do seu gabinete na Assembleia da República, e não apenas no hemiciclo, como acontecia até aqui, e assistir e participar no plenário por videoconferência.

Fora das instalações do parlamento apenas podem participar por videoconferência os deputados com residência ou eleitos pelos círculos eleitorais das Regiões Autónomas ou da emigração (no caso de impossibilidade de voos) e os deputados a quem tenha sido determinado, por autoridade de saúde, o isolamento.

Nestes casos, as presenças são registadas pelos serviços da Assembleia da República para participação na sessão, sendo identificados no final da sessão plenária pelos secretários da Mesa, segundo o mesmo projeto de resolução hoje aprovado.

Na quarta-feira, a conferência de líderes já tinha aprovado um conjunto de regras de funcionamento da Assembleia da República para vigorarem enquanto durar o estado de emergência.

Assim, os plenários vão passar a funcionar com um máximo de 50 deputados em modo presencial (21 do PS, 16 do PSD, quatro do BE, dois do PCP, um do CDS-PP, um do PAN e um do PEV, a que se somam os dois deputados únicos representantes de partidos, Chega e Iniciativa Liberal, e as duas deputadas não inscritas).

Estas medidas entram em vigor na próxima segunda-feira. No entanto, na súmula da conferência de líderes ressalva-se que, durante as votações do Orçamento do Estado, “devido à existência de avocações e votações no início das sessões plenárias, se mantém a abertura do quórum de votação logo no começo das sessões plenárias, como tem estado em vigor”.

Hoje, no debate do estado de emergência estiveram presentes no início cerca de 80 deputados, o que levou o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, a apelar a que, depois de se registarem, os deputados fossem saindo para se “habituarem” às novas regras.

Quanto ao número de sessões plenárias semanais durante o estado de emergência (habitualmente são três, mas entre março e maio reduziram-se a uma ou duas), será fixado pela conferência de líderes depois de passado o período orçamental, que termina com a votação final global do documento em 26 de novembro.

A maioria das comissões parlamentares decorrerá igualmente por videoconferência, embora haja autonomia de cada comissão para organizar os seus trabalhos.

As restantes atividades parlamentares continuarão muito restritas, só sendo permitidas as audiências e reuniões presenciais promovidas por partidos e deputados quando não se puderem realizar por videoconferência.

Portugal contabiliza pelo menos 3.701 mortos associados à Covid-19 em 243.009 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até segunda-feira, e o parlamento aprovou hoje um pedido de renovação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que vigore por mais 15 dias, de 24 de novembro até 08 de dezembro, para permitir medidas de contenção da Covid-19.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Brasil ultrapassa as 3.000 mortes por dengue este ano

O Brasil, que enfrenta a pior epidemia de dengue da sua história, registou este ano um recorde de 3.039 mortes pela doença, quase o triplo do número registado em todo o ano de 2023, indicaram sexta-feirafontes oficiais.

Desafios e oportunidades na publicação científica

Durante a sessão “Revista Medicina Interna: o que é que um editor quer ver publicado”, moderada por Rui Tato Marinho e que teve como palestrantes José Mariz e Helena Donato, José Mariz, editor-chefe da Revista Medicina Interna, ofereceu insights valiosos sobre os objetivos e desafios enfrentados na publicação científica.

Desafios e dilemas em fim de vida em debate

No âmbito do 30.º CNMI, Sara Vieira Silva apresentou uma palestra sobre os desafios e dilemas enfrentados no cuidado de doentes em fim de vida, com foco no projeto “Bem Cuidar em Fim de Vida – Experiência Hospitalar Universitária”.

Novas evidências sobre a doença vascular cerebral

“Doença Vascular Cerebral: novas evidências, novos paradigmas” foi o tema de umas das sessões do 30.º CNMI, onde abordou especificamente o tema “FOP quando e como pesquisar, melhor estratégia terapêutica”.

O fundamental da doença hepática

No palco do 30.º CNMI, Filipe Nery liderou uma sessão crucial sobre um tema desafiador: a coagulação no doente com cirrose hepática. A sua palestra abordou a complexidade da fisiologia e patofisiologia da coagulação nesses doentes.

30.º CNMI destaca a importância do rastreio nutricional hospitalar

Ricardo Marinho foi palestrante da sessão intitulada “Risco nutricional a nível hospitalar: como reconhecer e orientar”, e moderada por Aníbal Marinho. Nesta sessão, o especialista destacou a importância crucial do rastreio nutricional em ambiente hospitalar, especialmente no contexto da Medicina Interna, e delineou estratégias para identificar e orientar adequadamente os doentes em risco.

Medicina de precisão VS Medicina Baseada na Evidência

No 30.º CNMI, José Delgado Alves destacou-se como palestrante na sessão “Medicina de precisão VS Medicina baseada na evidência”, moderada por Carlos Carneiro. A sessão teve como objetivo explorar a integração de diversas abordagens médicas, ressaltando que a prática da Medicina não se pode basear numa única perspetiva.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights