Instituto em Barcelos fomenta competências digitais de pessoas com doença mental

16 de Dezembro 2020

O Instituto São João de Deus (ISJD), em Barcelos, está a desenvolver um projeto para aumentar as competências digitais de pessoas com doença mental, de forma a facilitar-lhes a entrada no mercado de trabalho, foi hoje anunciado

Em comunicado, o instituto refere que, numa primeira fase, o projeto-piloto, denominado TecMeUp, envolve oito beneficiários da região de Barcelos.

A formação decorre ao longo de 12 semanas, entre sessões individuais e em grupo, e trabalha competências vocacionais, digitais e tecnológicas, como aprender a fazer um currículo, criar um email ou aceder às redes sociais.

O projeto tem ainda uma componente de trabalho junto dos empregadores, formando-os e capacitando-os nos domínios de promoção da saúde mental e integração de pessoas com doença mental no mercado de trabalho, assim como na promoção da saúde mental dos seus colaboradores.

Será também criado um manual de procedimentos a seguir quando o âmbito do projeto for alargado.

O projeto TecMeUp conquistou o terceiro lugar do Prémio AGIR da REN (Redes Energéticas Nacionais).

Citada no comunicado, a diretora da Casa de Saúde de S. João de Deus, Isabel Bragança, refere que o prémio “abre uma janela de oportunidade para o reforço da intervenção junto das pessoas com doença mental”.

“O risco de exclusão com que esta população se depara é crítico, particularmente na acessibilidade ao emprego. Este reconhecimento, para além de validar a estratégia delineada em 2010 para esta resposta de proximidade, promove um espaço de sensibilização para uma realidade muitas vezes escondida”, afirmou.

O ISJD sublinha que tem vindo a assumir um percurso menos assente numa lógica de cuidados assistencialistas, privilegiando uma lógica baseada na intervenção comunitária e promotora do autoconceito, independência e autodeterminação das pessoas com doença mental.

Nos últimos 10 anos, foram apoiadas mais de 270 pessoas, reduzindo em 90% o número de dias de internamento necessários.

“O trabalho do Instituto São João de Deus permitiu que 45% das pessoas apoiadas estejam hoje a trabalhar ou com alguma forma de ocupação estruturada”, lê-se ainda no comunicado.

LUSA/HN

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