“Os navios que navegam para a Holanda a partir do Reino Unido deixam de poder transportar passageiros a partir de agora”, anunciou o Governo.
Apenas os ‘ferries’ que transportam camiões e os respetivos condutores serão autorizados a desembarcar nos portos de Hoek van Holland, Roterdão e Ijmuiden, acrescentou o executivo holandês num comunicado de imprensa.
Haia não especifica se os ferries noturnos, que deveriam deixar o Reino Unido na noite de domingo para chegar à Holanda na hoje de manhã serão autorizados a deixar desembarcar os passageiros.
O Governo holandês começou por suspender hoje os voos de passageiros provenientes do Reino Unido, após a notícia do aparecimento em dezembro de um caso de contaminação na Holanda com uma nova variante mais contagiosa do vírus SARS-CoV-2, que se encontra com grande propagação no Reino Unido.
Haia não tinha ainda esclarecido se iria alargar a proibição à entrada de viajantes do Reino Unido às companhias de navegação e ferroviárias.
Como medida de precaução, a Stena Line e o Eurostar, que operam entre o Reino Unido e a Holanda, já anunciaram restrições.
Como resultado da “decisão do Governo belga de fechar a fronteira com o Reino Unido”, a ferroviária Eurostar anunciou que iria parar o seu tráfego para Amesterdão a partir de segunda-feira.
A Stena Line, a companhia de navegação que opera entre o Reino Unido e os Países Baixos, disse que tinha suspendido as reservas.
A decisão em Haia de proibir os voos do Reino Unido veio horas depois de o governo britânico ter anunciado que estava a reconfinar Londres e o sudeste de Inglaterra numa tentativa de travar um surto de contaminação atribuído a uma nova estirpe do vírus.
Vários países europeus, incluindo a França, Alemanha, Áustria, Irlanda, Holanda, Portugal, Bélgica ou Bulgária, anunciaram já o cancelamento das ligações aéreas com o Reino Unido.
Os países europeus estarão a discutir em paralelo uma resposta comum relativa às ligações marítimas, ferroviárias e rodoviárias com o Reino Unido, segundo fonte do Governo alemão, que até final do ano detém a presidência rotativa da União Europeia.
Em Portugal não foi identificada, até ao momento, a nova estirpe do SARS-CoV-2 que apareceu no Reino Unido, disse à Lusa fonte oficial do Instituto Ricardo Jorge.
O aparecimento de uma nova variante do vírus forçou as autoridades britânicas a estabelecer duras medidas restritivas em parte do país devido ao alarmante aumento do contágio.
Dados os indícios científicos de que a nova estirpe acelera a transmissão até 70%, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi forçado a modificar os planos para os movimentos da população britânica neste Natal.
As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível, embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas e, na sequência do alerta britânico, a OMS apelou aos seus membros na Europa para “reforçarem os controlos”.
O Reino Unido está na lista dos 10 países mais afetados pela pandemia, ao somar mais de dois milhões de casos de infeção e 67.075 mortes.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.685.785 mortos resultantes de mais de 76,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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