Países Baixos lamentam atrasos previstos da vacina da AstraZeneca

29 de Janeiro 2021

Os Países Baixos, na cauda da União Europeia em termos de vacinação, tendo vacinado apenas 1% da população com uma primeira dose das vacinas da Pfizer e da Moderna, lamentou esta sexta-feira os atrasos previstas para entrega da vacina AstraZeneca.

O ministro holandês da Saúde, Hugo de Jonge, reconheceu – em entrevista ao jornal AD – que, devido aos atrasos, vai demorar “um mês” a recuperar.

Os Países Baixos são atualmente um dos países com pior desempenho na campanha de vacinação dentro da União Europeia, uma vez que começou duas semanas depois do resto dos Estados-membros e os números de injeções administradas são os mais baixos a seguir aos da Bulgária, de acordo com dados oficiais, que apontam que apenas cerca de 1% da população holandesa recebeu uma dose de vacina até agora.

Os problemas de produção anunciados pela AstraZeneca são um golpe especial para a Holanda, que desenhou a sua estratégia de vacinação com base sobretudo nesta vacina.

O país pretendia utilizá-la para imunizar a maioria da população, não só porque, inicialmente, era esperado que esta fosse a primeira vacina licenciada na União Europeia (UE), antes da Pfizer (a 21 de dezembro) e da Moderna (a 6 de janeiro), mas também porque a da AstraZeneca não requer uma logística tão complexa como as outras duas.

Como essas vacinas receberam uma licença condicional para uso na UE antes da AstraZeneca, os Países Baixos foram forçados a atrasar em duas semanas o início da sua campanha de vacinação, já que não tinha a logística necessária, nomeadamente espaço ultracongelado suficiente para preservar os medicamentos.

“Sei que todos os olhos estão apontados para mim. Claro que também estou desapontado por estarmos atrasados nos números de vacinação, em parte por causa de um início mais lento, mas também devido a gestão das reservas mais cautelosa do que a feita noutros países”, explicou De Jonge.

De acordo com o ministro (que está demissionário, assim como todo o Governo), não é uma opção usar todas as reservas atuais para acelerar a vacinação porque vão acabar rapidamente.

“Teríamos de parar durante duas semanas” porque não haveria mais doses, disse, sublinhando que a quantidade e o ritmo de entrega das vacinas determinam o ritmo de vacinação.

A União Europeia tenciona publicar hoje o contrato firmado com a AstraZeneca para a aquisição de vacinas contra a Covid-19, que o laboratório britânico diz não estar em condições de cumprir, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A Comissão Europeia criou um mecanismo de emergência que lhe permite controlar e, eventualmente, bloquear as exportações para países terceiros de vacinas contra a Covid-19 produzidas em território comunitário, após enfrentar atrasos nos contratos da Pfizer e sobretudo da AstraZeneca, que, no primeiro trimestre do ano, entregará apenas 25% das doses previstas.

De acordo com dados hoje publicados pelo instituto holandês de estatística, 169 mil pessoas morreram nos Países Baixos no ano passado, cerca de 15 mil a mais do que a média habitual, uma mortalidade que foi particularmente alta durante a primeira vaga do coronavírus, na primavera de 2020.

De acordo com dados mais recentes, a incidência cumulativa no país foi de 431,41 casos por cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, um número que chega a 67,53 no caso de mortes causadas por Covid-19, e um total de infeções confirmadas de 951.775 pessoas e 13.564 mortes.

O país está em confinamento total desde meados de dezembro, o que inclui todas as atividades não essenciais e escolas fechadas. A hotelaria também está encerrada desde outubro, mas as autoridades estão preocupadas com a diminuição “demasiado lenta” das infeções diárias, que chegaram a ser cinco mil nas últimas semanas.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.176.000 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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