Os norte-americanos podem agora esperar viver, em média, até aos 77,8 anos, a mesma expectativa de vida registada em 2006 e menos um ano do que em 2019, depois da queda mais drástica desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com dados hoje revelado pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, um departamento do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA.
“Nunca vimos uma queda tão forte desde a primeira metade do século 20, quando as doenças infecciosas eram mais comuns”, comentou Elizabeth Arrias, em declarações ao jornal The Washington Post.
O impacto da pandemia na queda da esperança de vida foi mais visível na população negra e latino-americana, refletindo as disparidades raciais provocadas pela crise sanitária que está a afetar fortemente os Estados Unidos, um dos países mais fustigados com a propagação do novo coronavírus, com quase meio milhão de mortes.
Os negros norte-americanos perderam 2,7 anos de expectativa de vida e os latinos perderam 1,9, contra uma queda de 0,8 anos na população branca.
No final do primeiro semestre de 2020, a expectativa de vida para o total da população era de 77,8 anos, mas era de 72 anos para os negros e 79,9 para os latinos, sendo de 78 anos para a população branca.
A expectativa de vida nos EUA tinha tido um declínio modesto entre 2015 e 2017, mas depois de décadas de progresso, com sucessos médicos sobre doenças mortais como o cancro e problemas cardiovasculares, entre outras.
Em 2019, o nível de expectativa de vida voltara a subir, mas a pandemia de Covid-19 atirou os números para as médias de 2006.
Como sempre foi o caso, as mulheres continuam a ter uma expectativa de vida superior, 80,5 anos, em comparação com 75,1 anos para os homens.
A queda na expectativa de vida não reflete apenas o impacto da pandemia de Covid-19, mas também o aumento de mortes por outras causas, como derrames e ‘overdoses’ de drogas, que são danos colaterais da pandemia, segundo os dados da agência governamental.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.430.693 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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