“Vou pedir autorização, só depois de estar empossado, à Assembleia da República para ir onde fui da outra vez, primeiro ao Vaticano, o que me permitirá ser o primeiro chefe de Estado a estar com o Papa depois da chegada do Iraque”, disse aos jornalistas durante o percurso que fez a pé até à Assembleia da República, onde tomou posse para o segundo mandato como chefe de Estado.
De acordo com o Presidente da República, no regresso irá também a Madrid, repetindo a primeira visita que fez no seu primeiro mandato.
Porém, desta vez será “tudo rapidamente”.
“A última outra vez foram muitos dias, foram três dias”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, indicando que desta vez fará “tudo num dia”.
O Presidente da República notou que “é tradicional, protocolarmente o chefe de Estado português visita Espanha”, e indicou que passará também pelo Vaticano porque foi “a Santa Sé que reconheceu a independência de Portugal”.
“Na altura em que nos separámos do que é hoje a Espanha, foi decisivo o papel da Santa Sé”, salientou, considerando que “é histórico e é mesmo anterior à aliança [de Portugal], por exemplo, com Inglaterra”.
O chefe de Estado saiu da casa dos pais rumo à Assembleia da República, em Lisboa, pelas 10:00, seguiu pela rua da Imprensa à Estrela, contornou a residência oficial do primeiro-ministro e desceu a calçada da Estrela, repetindo o percurso que fez há cinco anos, quando tomou posse pela primeira vez.
Questionado pelos jornalistas, o Presidente da República destacou a importância deste encontro com o Papa Francisco depois da visita que o líder da Igreja Católica fez ao Iraque.
“É uma área muito importante aquela e dela depende uma das componentes da paz no mundo, é muito importante”, respondeu, considerando que “ultimamente tem-se falado pouco do Iraque”.
Marcelo Rebelo de Sousa notou igualmente que “Portugal tem uma presença no Iraque há muitos anos e portanto conhece bem a situação”.
O Presidente confirmou a notícia avançada na segunda-feira à noite pelo jornal Expresso, que refere que esta visita de Estado ocorrerá na sexta-feira.
O Papa viajou para o Iraque na sexta-feira e regressou no domingo a Roma, tendo percorrido 1.445 quilómetros em território iraquiano, a maior parte do tempo de avião ou de helicóptero sobrevoando zonas onde se encontram células clandestinas de grupos de extremistas islâmicos.
Esta foi a primeira viagem ao estrangeiro de Francisco, em 15 meses, desde o início da pandemia de Covid-19 e é também a primeira viagem de um Papa a um país muçulmano de maioria xiita.
LUSA/HN
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