Açores reiteram apelo para “majoração” na atribuição de vacinas às regiões ultraperiféricas

18 de Março 2021

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, insistiu esta quinta-feira na necessidade de "uma majoração na atribuição das vacinas" contra a Covid-19 "aos Estados membros com Regiões Ultraperiféricas" (RUP).

“Pedimos uma majoração na atribuição das vacinas aos estados-membros com Regiões Ultraperiféricas, com ilhas que não possuem hospital. Que fique claro: não queremos retirar aos contingentes nacionais, mas sim que aumente o contingente dos Estados membros”, sublinhou o chefe do executivo açoriano, numa intervenção, por videoconferência, na reunião plenária do Comité das Regiões, que debateu com a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, a resposta da União Europeia à pandemia e recuperação pós Covid-19.

José Manuel Bolieiro lembrou o caso do arquipélago dos Açores, composto por nove ilhas “distantes umas das outras, logo com dupla ultraperiferia”.

Além disso, referiu, das nove ilhas do arquipélago dos Açores, apenas Faial, Terceira e São Miguel dispõem de hospital.

“Seis das nove ilhas não têm hospital e, devido às difíceis condições atmosféricas, por vezes ficam isoladas durante dias”, assinalou o presidente do Governo Regional, salientando que “os Açores apresentam índices superiores de doenças de risco para a Covid-19, designadamente o cancro, acima das médias do próprio país, o que aumenta o risco de exposição a esta pandemia”.

Destacando a importância da imunização das ilhas sem hospital, o presidente do Governo Regional disse que o arquipélago açoriano também já deu “o exemplo”, pois, com o pequeno número de vacinas recebidas, imunizou os habitantes da mais pequena ilha dos Açores – o Corvo – com duas doses da vacina contra a Covid-19.

“Das seis ilhas sem hospital, faltam-nos agora cinco. Estimamos que apenas cerca de 80 mil vacinas seriam necessárias para nós. Não se trata de um pedido egoísta, mas sim de uma necessidade específica”, sublinhou.

Na sua intervenção, o presidente do Governo dos Açores recordou igualmente à comissária europeia da Saúde que já tinha enviado “uma carta sobre estas questões”.

“Os nossos territórios têm um estatuto próprio, no âmbito do artigo nº. 349 do Tratado da União Europeia, que permite que estas regiões tenham um tratamento diferenciado na medida em que são mais vulneráveis”, referiu ainda.

LUSA/HN

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