Primeiro-ministro eslovaco demite-se após ser alvo de fortes críticas sobre a gestão da pandemia

30 de Março 2021

O primeiro-ministro da Eslováquia, Igor Matovic, demitiu-se hoje na sequência de fortes críticas sobre a sua gestão da pandemia de Covid-19 e a decisão de comprar a vacina russa contra o coronavírus, a Sputnik V.

A Presidente Zuzana Caputova aceitou a demissão e pediu ao ministro das Finanças Eduard Heger para o substituir, segundo imagens da televisão eslovaca.

“Quando um ano parece dez anos de vida (…) Tem sido uma honra e muito obrigado”, escreveu Matovic na rede social Facebook antes de participar numa cerimónia em Bratislava, a capital, juntamente com Caputova e Heger.

Segundo uma sondagem de 21 de março, mais de 80% dos eslovacos queriam a sua demissão.

O conservador Igor Matovic disse estar disponível para abandonar o cargo no passado dia 21 e no domingo anunciou trocar de cargo com o ministro das Finanças, numa remodelação para tentar acabar com a crise desencadeada por um acordo secreto para comprar a vacina russa, que ainda não foi aprovada na União Europeia.

Matovic e Heger são ambos do partido Gente Comum-Personalidades Independentes (OL’aNO), que com o partido conservador liberal Liberdade e Solidariedade (SaS), o Para o Povo (Za l’udi, centro-direita) e o Somos Família (Sme Rodina, direita) integram a coligação governamental, que possui uma confortável maioria parlamentar.

A crise surgiu quando foi conhecido no início de março um acordo secreto feito por Mitovic para a compra pela Eslováquia de dois milhões de doses da Sputnik V contra o coronavírus, apesar de divergências entre os seus parceiros de coligação.

Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, o executivo de Heger deve ser muito semelhante ao de Matovic e a Presidente pode dar posse ao novo governo ainda esta semana.

Com 5,4 milhões de habitantes, a Eslováquia tem uma das mais elevadas taxas de contaminação e mortalidade ligadas à Covid-19.

A pandemia de covid-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019 na China, provocou pelo menos 2,7 milhões de mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço da agência France-Presse.

LUSA/HN

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