Politécnico da Guarda estuda benefícios das algas na cicatrização e na regeneração da pele

1 de Abril 2021

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está a investigar os benefícios das macroalgas na biomedicina e na cosmética, “nomeadamente no processo de cicatrização e na regeneração da pele”, foi hoje anunciado.

O projeto denominado Algalup, que junta investigadores portugueses e galegos, é financiado por fundos europeus e visa “dinamizar a utilização das macroalgas existentes na zona costeira de Portugal e da Galiza”, segundo o IPG.

“Apesar de as algas marinhas serem um recurso natural pouco explorado em Portugal, os seus nutrientes e compostos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias podem ter uma grande influência na melhoria da saúde”, afirma Paula Coutinho, investigadora do projeto Algalup e docente na Escola Superior de Saúde do IPG.

A responsável, citada numa nota de imprensa hoje enviada à agência Lusa, refere que no IPG estão a ser estudadas “as propriedades de dois géneros de algas – ‘Codium’ e ‘Osmundea’ – para a produção de sistemas biomédicos com aplicação na promoção da cicatrização da pele e no tratamento de infeções e, ainda, no reforço do sistema imunitário”.

Segundo Paula Coutinho, os primeiros resultados da investigação “revelaram avanços positivos na área do tratamento de doenças inflamatórias e infeções da pele”.

“Começámos por extrair polissacarídeos das algas secas e caracterizá-los enquanto biomateriais para aplicação na biomedicina. Posteriormente, reutilizamos os extratos/resíduos da extração para produzirmos nanopartículas de prata. Este processo permitiu-nos aplicar as propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias destes polissacarídeos na regeneração da pele, e no tratamento das infeções”, explicou.

O projeto de exploração sustentável das macroalgas está a ser desenvolvido no Centro de Potencial e Inovação de Recursos Naturais do IPG.

“A nossa unidade de investigação está focada no desenvolvimento de novos produtos na área da biomedicina e na transferência de conhecimento para a sociedade e para os nossos parceiros industriais”, refere Joaquim Brigas, presidente do IPG.

Joaquim Brigas acrescenta que a instituição a que preside está empenhada “em pôr a ciência ao serviço da comunidade, muitas vezes em parceria com empresas, organizações ou instituições de ensino superior”.

“Neste caso concreto, pretende-se abrir caminho para que as empresas possam investir em novos usos das algas”, remata.

O Algalup junta mais de 30 investigadores de sete centros de investigação e é financiada em 670 mil euros pelo programa Interreg que visa incentivar a cooperação territorial entre as regiões fronteiriças.

O projeto é coordenado pela ANFACO-CECOPESCA e desenvolvido em parceria com o IPG, a Universidade Católica Portuguesa, a Universidade do Porto, o Centro Tecnológico do Mar e a Universidade de Vigo.

LUSA/HN

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