Ministro da Saúde austríaco demissionário afirmando-se exausto e sem apoio

13 de Abril 2021

O ministro austríaco da Saúde, Rudolf Anschober, anunciou esta terça-feira que está demissionário afirmando que está "exausto" da gestão da crise sanitária alertando para a gravidade da situação e queixando-se da falta de apoio. 

“A situação é dramática nos serviços de cuidados intensivos”, disse o ministro demissionário que deplorou “divisões e a agressividade de alguns” assim como os “conflitos de interesses”, na gestão da crise.

As declarações, em conferência de imprensa, em Viena, foram interpretadas como críticas ao chanceler Sebastian Kurz que responsabilizou recentemente o Ministério da Saúde pelas falhas no processo de vacinação.

Após “15 meses que pareceram 15 anos demito-me do meu cargo”, disse o ministro Rudolf Anschober, 60 anos, eleito pelos ecologistas.

“Não estou esgotado, caso contrário não estaria aqui mas nas últimas semanas tenho sentido falta de energia”, disse o ministro da Saúde que vai abandonar o cargo na próxima segunda-feira.

Rudolf Anschober esteve internado desde o princípio de março devido “a problemas cardiovasculares”.

Perante os jornalistas, Rudolf Anschober recordou que tomou posse no início da crise sanitária, em janeiro de 2020, como ministro do governo de coligação com os conservadores liderados por Sebastian Kurz.

“Apesar dos erros, fizemos muitas coisas corretas”, disse acrescentando que o Ministério da Saúde tornou-se “da noite para o dia no centro da gestão da crise pandémica”.

A Áustria, país com 8,9 milhões de habitantes, lamenta 9.706 mortes provocadas pelo novo coronavírus desde o princípio da crise.

Antigo professor primário eleito para vários cargos autárquicos, Anschober geriu com tranquilidade o princípio da pandemia gozando de um índice de popularidade elevado devido aos números considerados “não elevados” no país.

Mas, depois do outono, a Áustria não conseguiu travar a propagação do vírus, apesar das medidas de confinamento que provocaram grande descontentamento social.

Em entrevista à France Presse no verão passado, Anschober disse que sofreu um esgotamento em 2012 e que nessa altura dava grandes passeios nas margens do Danúbio acompanhado do cão e sem telemóvel.

LUSA/HN

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