“O estado de emergência é uma competência do Presidente da República e o Governo só se pronunciará depois de o Presidente tomar a decisão. Relativamente à situação epidemiológica, ela é-nos favorável neste momento, graças ao esforço dos portugueses. Aquilo que não devemos esquecer é que por muito que seja o cansaço acumulado, a pandemia não desapareceu”, afirmou, continuando: “É preciso cerrar os dentes e continuar em frente”.
Após a reunião que juntou especialistas, membros do Governo e o Presidente da República no Infarmed para a análise da situação epidemiológica do país, Marta Temido evitou dizer que este poderá ter sido o último encontro quinzenal, apesar de ter reconhecido que o modelo pode vir a sofrer mudanças no futuro próximo.
“Não li nesse sentido o que foi dito. O que foi dito dentro da sala é que estas reuniões eram importantes para alimentar com informação as decisões políticas. Mesmo nos momentos em que estas reuniões não se realizaram publicamente, o Ministério da Saúde continuou a enviar informação aos partidos políticos e aos parceiros”, disse, adiantando: “O formato poderá ser alterado, a necessidade de continuar a acompanhar a informação certamente que não”.
Entre as “muitas questões” que a pandemia continua a levantar, Marta Temido realçou o problema das variantes e a necessidade de uma “gestão de fronteiras”. O foco virou-se agora para a variante do SARS-CoV-2 identificada na Índia e da qual já foram observados casos em Portugal, dos quais alguns são de cidadãos de outras nacionalidades e outros já de portugueses sem histórico recente de viagem.
“Pode ser sinal de se estar a iniciar a transmissão comunitária”, alertou Marta Temido, que notou também que “as variantes são uma das complexidades” colocadas pela pandemia e que exigem atenção da parte dos responsáveis e investigadores.
Questionada sobre o plano de desconfinamento e o eventual avanço para a quarta e última fase prevista no plano para 03 de maio, a governante recordou a “cronologia de etapas” que o processo tem seguido por parte do executivo e remeteu o anúncio das decisões para quinta-feira, dia da reunião do Conselho de Ministros.
Porém, sobre a ocorrência de uma situação epidemiológica mais grave em alguns pontos do território, Marta Temido salientou a importância de se adotar uma “geometria variável” na análise destes casos.
Em jeito de conclusão, referiu que “o que é importante é controlar a transmissão da infeção” e ter “medidas proporcionais” no controlo da pandemia.
Em Portugal, morreram 16.970 pessoas dos 834.991casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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