“Uma aplicação de medidas provisórias não iria provocar um desincentivo à produção ou à investigação, mas a questão é muito mais complexa do que isso, porque a liberalização das patentes não garante a produção das vacinas que é um processo muito complexo”, disse Draghi durante uma conferência de imprensa no Palácio de Cristal, no Porto.
Para o governo de Roma, a solução não passa pela suspensão temporária das patentes, mas sim pelo aumento da produção que deve ser “segura” do ponto de vista da saúde pública.
“A liberalização não garante a segurança na produção”, disse Draghi, defendendo a aceleração da produção de vacinas através da aplicação de mais investigação e tecnologia.
O primeiro-ministro de Itália insistiu que o aumento da fabricação das vacinas requer organização, tecnologia e conhecimentos, tendo sublinhado que as “grandes farmacêuticas” que receberam fundos dos Estados até devem garantir uma forma “qualquer” de compensação, que não especificou.
Mario Draghi recordou que a União Europeia é o bloco que mais vacinas produz a nível global e que mais exporta para todo o mundo, nomeadamente para os Estados Unidos e para o Canadá, afirmando que a proposta de liberalização norte-americana é compreensível, mas difícil de executar pela complexidade de todo o processo.
“A posição de (Joe) Biden deve ser compreendida como muito complexa. Foi uma constatação que se prende com o facto de milhões de pessoas não terem ainda acesso a vacinas”, disse Draghi quando questionado diretamente sobre a proposta do chefe de Estado norte-americano sobre a liberalização provisória das patentes.
No que diz respeito à crise sanitária em Itália, Draghi disse aos jornalistas que as restrições devem começar a ser levantadas mas “com cabeça” e pediu à União Europeia empenho no esclarecimento sobre o documento que funcionará como um passaporte para pessoas vacinadas, para que se possa iniciar “movimento” no setor do turismo nos países da Europa durante os próximos meses.
LUSA/HN
0 Comments