Primeiro-ministro considera injusto culpar Alemanha sobre patentes das vacinas

10 de Maio 2021

O primeiro-ministro considerou esta segunda-feira "injustas" as teses que culpam a Alemanha pela posição menos aberta da União Europeia face ao levantamento das patentes das vacinas contra a Covid-19, salientando que a maioria dos Estados-membros segue idêntica linha.

António Costa fez estas afirmações numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Argentina, Alberto Fernandez, depois de uma reunião de cerca de hora e meia entre ambos, em São Bento.

“É injusta a descrição que tenho visto de que foi a Alemanha a bloquear uma posição da União Europeia sobre as patentes. A União Europeia tomou uma posição de conjunto, onde a Alemanha e vários países tomaram uma posição comum sobre essa matéria”, respondeu o primeiro-ministro de Portugal, país que até junho preside ao Conselho da União Europeia.

Neste contexto, e depois de ter sido confrontado com posições do chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e do Papa Francisco, ambos pela libertação das patentes, António Costa apontou que Portugal, enquanto presidência europeia, entende que “há uma clara maioria de países que têm a mesma posição”.

“É essencial assegurar o acesso universal das vacinas a todas as pessoas em todo o mundo e, para que aconteça, é necessário aumentar a capacidade de produção – e esse é o verdadeiro grande bloqueamento que existe. Em segundo lugar, tem de haver um mecanismo efetivo de partilha solidária das vacinas, como é o mecanismo Covax, que tem de ser dotado com o número de vacinas suficientes para assegurar a sua devida repartição”, declarou o primeiro-ministro, sintetizando a posição da União Europeia.

António Costa observou ainda que “a União Europeia é a única região democrática do mundo que exporta vacinas – e não exporta pouco, cerca de metade daquilo que está a produzir”.

“Acresce que vários países, como Espanha e Portugal, numa na base de uma relação bilateral, assumiram o compromisso de ceder uma parte das suas vacinas. No caso de Portugal, estaremos muito brevemente em condições, quando nas próximas semanas se concluir a vacinação dos maiores de 60 anos, começar a entregar 5% das novas vacinas aos países africanos de expressão oficial portuguesa”, acrescentou.

LUSA/HN

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