Numa comunicação ao parlamento, o diretor da Unidade Especial de Investigação (SIU, na sigla em inglês), Andy Mothibi, adiantou ontem que a investigação em curso abrange “desde prestadores de serviços a vários funcionários do Ministério da Saúde, incluindo o poder executivo, que é o ministro Zweli Mkhize”.
“Estou muito limitado a revelar detalhes. Estamos a investigar todas as alegações e a investigação está a correr muito bem”, declarou Mothibi no parlamento, citado também pela imprensa local.
O ministro da Saúde sul-africano, Zweli Mkhize, antigo tesoureiro e membro da direção nacional do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), é o mais recente governante sul-africano a enfrentar novo escândalo de corrupção pública no país, depois de o partido no poder ter suspendido recentemente o seu secretário-geral, Ace Magashule.
Magashule enfrenta na justiça um caso de alegada fraude e corrupção de 255 milhões de rands (13,5 milhões de euros) na província do Estado Livre, onde exerceu o cargo de governador do partido no poder até à sua nomeação para o cargo de secretário-geral do partido.
A imprensa sul-africana revelou que o ex-porta-voz do ministro da Saúde, Tahera Mather, e a sua assistente pessoal, Naadhira Mitha, teriam recebido irregularmente milhões de rands através de serviços de comunicação em torno da Covid-19, que, por sua vez, teria beneficiado financeiramente e materialmente também o filho do ministro Mkhize.
O Ministério da Saúde reconheceu a existência de “irregularidades flagrantes” no processo de contratação pública, salientando que “será necessário responder”.
Questionado por jornalistas no final de um encontro, em Pretória, com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, o Presidente da República, Cyril Ramaphosa, disse que irá tomar uma decisão em relação ao futuro do ministro Mkhize com base no resultado da investigação da SIU.
LUSA/HN
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